sábado, janeiro 27, 2007

...E SE DEUS SE ABSTIVER?



"Missa em Pataias com imagem de uma santa grávida" in Rádio Cister

Celebrar uma missa para que Deus intervenha duma votação é escabroso. E se a votação der para o torto, Deus é do contra, não soube votar ou absteve-se? Usar uma imagem de Nossa Senhora grávida para um referendo político já é de profanadores de imagens. Ou não é? Porque não levar todos os santinhos das capelas para a porta dos ministérios e da assembleia da Republica para exigir do Governo, por exemplo, mais trabalho, melhores reformas, mais assistência aos idosos e sem abrigo, melhor educação, menos corrupção ou uma fábrica? Quem diz que as paróquias rurais se modernizam pode estar a mentir. Pataias está a dar indícios de como se pode regressar aos velhos tempos do presbitério politiqueiro e anedótico.

18 comentários:

Anónimo disse...

SOBRE A SITUAÇÃO DO PROJECTO DE RECUPERAÇÃO DA ENVOLVENTE DO CONVENTO DE SANTA MARIA DE COZ


Amigo António,

desculpe o atraso na resposta mas temos tido muito que fazer e a blogosfera vai ficando necessariamente para trás...

O que se passa é o seguinte: há cerca de 5-6 anos que o projecto de recuperação do Convento de Coz e sua envolvente foram anunciados em vários órgão de comunicação social. A CMA, que tem responsabilidades pela recuperação da zona envolvente (veja-se o caso de Alcobaça, mau grado os resultados que estão à vista de todos) inseriu nos seus PPI um artigo correspondente à orçamentação deste projecto, o qual tem vindo a ser orçamentado ano após ano com zeros...

A CMA, muito convenientemente, desculpa-se com o facto de o governo não ter ainda delimitado a zona de protecção ao Convento. E aqui volta-se ao PDM e aos trabalhos de fundo relacionados com as propostas da CMA. O facto de o PDM estar "em revisão" sine die não impede por exemplo a aprovação de projectos como a "Nova Alcobaça", parcialmente em zona de REM, nem a compra da Quinta da Serra (idem, em área correspondente à Rede Natura e prevendo urbanizar parte da zona), nem o projecto dos Campos de Golfe em Pataias, nem a VCI (que, além de ser uma obra ilegal também afgecta zonas sensíveis do ponto de vista ecológico), etc, etc. O que mostra que se não se fez nada em cCoz até agora foi porque os senhores autarcas pura e simplesmente não quiseram. É imenso o seu poder nestas matérias, e a lei infelizmente é só para aplicar a alguns.

Diga-se que Coz e o seu convento têm sido sistematicamente abandonados pelos executivos camarários, mesmo quando havia um vereador socialista de cá, o prezado Henriques, que agora até já é Doutor !!!!!!! Em quê ???!!!

Fico por aqui, até porque sei que estou a ser juiz em causa própria o que afinal não é nada bom...

Fizémos o nosso dever: apoiámos a iniciativa e o meu nome é o terceiro do abaixo assinado entregue aos responsáveis....

até sempre!

Valdemar Rodrigues

PS: respondo-lhe aqui para não prejudicar o negócio da Raquel...

PS2: é verdade, os habitantes de Coz chasmam-se cozenses, embora eu ache que talvez devesse haver aqui uma referência à origem fenícia do povoado. Não sei...não é a minha especialidade...

Anónimo disse...

cada vez me apetece mais ser do contra! isto é uma aberração! os padres não t~em o direito de ter este tipo de atitudes.
como seres humanos, têm o direito a ser a favor ou contra o aborto mas, enquanto "profissionais"...
será que se estão a esquecer das centenas de fectos que têm sido encontrados em cemitérios privados dos conventos de freiras?
se houvesse o direito ao aborto será que haveriam tantos natos mortos nestes locais de culto?
acho que nós é que estamos errados - provavelmente nascemos na época errada, no local errado e com ideais completamente descabidos, mas, mesmo assim, eu continuo a achar que estou certa, que isto é uma aberração e mais uma tentativa da igreja de moldar mentalidades (de gente menos culta e menos esclarecida).
mas issso já não é novidade - faz parte da história da igreja, não é?

Anónimo disse...

Caro António Delgado

Escabroso? Não sei onde ainda está a nossa admiração. o "vale tudo" norteia toda a nossa sociedade, e os padres da Igreja Católica, fazem parte desta sociedade.
Se a nossa senhora em Patais engravidou, deve ter sido o padre, não foi nenhum paroquiano.
Ou nos esqueçemos das violações e das serviçias sexuais que em nome de deus eles sempre fizeram. Reforço eles, porque não foram só os casos que vieram para a comunicação social.
Gostaria de saber se essa reverência de Patais, costuma celebrar exequias funebres de crianças não baptizadas.
Não penso que seja importante, mas com tanta defesa de vida. Neste aspecto estou um pouco confuso, parace que "o sopro da vida" é dado por Deus à nascença, ou já não é assim?
Voltando ao reverendo de Patais, penso que é melhor deixa-lo lá com as suas ovelhas, não devemos dar lhe publicidade, porque assim estamos a colaborar com ele.
Votemos SIM em consciência, não com medos dos senhores padres ou bispos.
Não nos devemos esquecer, e isto é que tem de ser divulgado, das freiras que acabem de ser constituidas arguidas, por mau-tratos a crianças internadas em instituições ditas de caridade, do caso cruel do assassinato do travesti barsileiro no Porto, por acaso estes adolescentes estavam internados em instituição da igreja catóçica, por aqui se poderá ver o tipo de educação que estão a transmitir às crianças de familias marginalizadas.
Bem Hajam "Ecos e Comentários"

Anónimo disse...

Boa noite a todos,

Tenho andado bastante envolvida em campanha pelo SIM à despenalização da IVG e, de facto, tenho ouvido as maiores barbaridades, quer sob os pontos de vista ético, jurídico ou social.
No entanto, a aberração de que se fala nesta postagem ultrapassa todos os limites. É a prova de que alguns membros da Igreja não nutrem o mínimo respeito pelo povo e, posso dizê-lo, manifestam uma ignorância e fanatismo atrozes.
Eu sou católica mas só assim posso entender a atitude do Padre de Pataias.
Que os defensores do não o façam no plano ético ou moral ainda se entende. Mas que usem a religião de uma forma abusiva e manipuladora, que usem a vida de uma forma hipócrita e sectária, ou que pretendam qualificar como crime um acto de vontade que apenas à mulher diz respeito... É IGNORÂNCIA PURA.
É preciso que todas as pessoas esclarecidas combatam, sem tréguas, estas fantochadas de forma positiva. Elucidando os seus amigos, vizinhos, colegas de trabalho etc... O QUE ESTÁ EM CAUSA NÃO É A DEFESA DO ABORTO, MAS SIM A DESPENALIZAÇÃO DA MULHER QUE LIVREMENTE DECIDIR PRATICAR ABORTO ATÉ ÀS 10 SEMANAS DE GESTAÇÃO.
A matéria do aborto não deve estar no domínio criminal, tal como não está na esmagadora maioria dos países europeus.
Como dizia ontem uma Alcobacense num dos debates em que tenho participado, ninguém manda na barriga da mulher senão ela própria.
Mas, para que, nesta matéria, possamos cantar vitória no referendo, é preciso que todos nos empenhemos, desmascarando a ignorância, a hipocrisia e a imoralidade social que representa o voto contra a despenalização.
Não podemos confiar na vitória como aconteceu há oito anos porque os demagógicos não param de nos surpreender.
Trabalhemos todos para que possamos todos cantar vitória no próximo dia 11 de Fevereiro.

ANTONIO DELGADO disse...

Olá Alzira,

Imaginava essa tua nobre actividade...infelizmente razões de ordem profissional e também particular,tem-me absorvido imenso para me empenhar em campanhas a esta causa que há muito defendo e divulgo. No entanto não deixo de estar atento para combater com aquilo que posso as escabrosidades e aberrações que se dizem e fazem por CERTO clero, inculto, atávico e sobretudo ULTRAMONTANO. Parece que desconhece " a CÉsar o que é de CÉsar e a Deus o que é de Deus"

Bjs.

Anónimo disse...

Vou Votar Sim no Referendo,
porque a actual Lei criminaliza e persegue a Mulher
Sou contra esta lei injusta e contra a demagogia do não.
Cumprimentos

Anónimo disse...

Vou Votar Sim no Referendo,
porque a actual Lei criminaliza e persegue a Mulher
Sou contra esta lei injusta e contra a demagogia do não.
Cumprimentos

Anónimo disse...

Vou Votar Sim no Referendo,
porque a actual Lei criminaliza e persegue a Mulher
Sou contra esta lei injusta e contra a demagogia do não.
Cumprimentos

Anónimo disse...

Desde o tempo

Anónimo disse...

Estimado António Delgado,
Esta vez, a pesar de que no me guste hacer campañas para casi nada, no puedo sino mandar mi opinión también al respeto del aborto. Espero simplemente que las mujeres puedan escoger libremente de abortar o no. Esos bien pensantes a quien horroriza matar un feto que todavía no está en este mundo, no les importa nada votar por la guerra en Irak. Matar fetos no, pero cuando ya son niños, hombres o mujeres hechos y derechos, ya pueden morir de una bala o ser destrozados por una bomba.
Y que se deje, de una vez por todas, la cuestión de la religión. La religión es algo del foro íntimo de cada uno y no debería traspasar ni a la política ni a la sociedad. O se han olvidado los católicos todas las muertes y las barbaridades que hicieron en nombre de Dios. Sin hablar de las violaciones de niñas y niños por religiosos que se siguen haciendo en todas partes en el mundo. Eso es de verdad lo que debería preocuparlos a ellos y a todos nosotros. Respeto que cada uno tenga la religión que quiera, pero no es necesario que lo diga, como lo ha apuntado una tal señora Alzira que escribe en su blog. Que sea católica o no, a nosotros no nos debe de importar.
Cordiales saludos
Myriam Castelli

Anónimo disse...

O que se pode esperar dos Padres Bispos e outros tais.
São gente de formação deficiente, mentes completamente deformadas, gente que vive noutro mundo, incapazes de lutar abertamente pelo povo . Foram raros os que o fizeram e mesmo assim muito timidamente.

Quantos filhos de padres e de Bispos estão registados com outra paternidade? certamente muitos.

Já o Eça falava nisso.

Só não percebo é porque se lhes dá atenção.

Não se podem casar, não estão autorizados a fazer sexo , como é que gente desta pode opinar sobre coisas que só a nós dizem respeito.

Cá por mim nem sequer os oiço

ANTONIO DELGADO disse...

No essencial, os padres e os bispos, são homens como todos os outros. O mal está em predicarem uma coisa e fazerem outra. Não tenho nada contra, mas gostaria que não fosse assim podessem ir livremente às discotecas e arranjarem namoradas sem ser na igreja. O Camilo, o Eça e muitos outros na actualidade falaram deste modo da religião católica ser vivida pelos seus funcionários.

ANTONIO DELGADO disse...

Estimado Valdemar Rodrigues,

Desculpe de só agora responder à sua informação. Fiz a pergunta porque me Lisboa me indagaram sobre aquele assunto. Fui ao local várias vezes e depois dei o meu parecer com base em dados recolhidos in loco. Sobre os outros aspectos que comenta, eles são realidades que saltam à vista que magoam demais. Quanto ao convento de Cóz não quero ser pessimista mas penso que a requalificação não será para breve. Sobre o tal Henriques não tenho tanto humor.

Quando nos veremos como ficou combinado?

Um abraço e obrigado pela informação.

Lúcia Duarte disse...

ora viva caro valdemar. eu estou em divida convosco. tenho de voltar aí para falarmos mais do projecto. continuo com muita vontade de vos ajudar mas estou à espera da história das monjas para fazermos um trabalho sobre isso. mandem a história logo que possam e eu levo umas ideias para comermos com aqueles deliciosos bolinhos. ok?

zé lérias (?) disse...

Cumprimento-o pela lucidez e denúncia aqui manifestadas.

Anónimo disse...

Mas as santas emprenham? Têm relações sexuais?
Que rídiculo!

Lúcia Duarte disse...

caro quintanilha
compreendo a sua ironia e reforço-a recordando a centena de ossadas de fetos de recém nascidos que t~em aparecido em escavações a conventos de freiras.
se elas podiam engravidar (e estamos a falar de vários séculos até esta data) porque não o facto de os padres engravidarem as santas e de Deus vir em seu auxilio nesta votação?
e como ficou o papel da igreja depois do resultado do SIM? irá este padre esconder a Santa? ou irá permitir que ele faça um aborto para que a sua ideia abortiva não fique tão mal nas próximas homilias?
haja vergonha e recato. a igreja, de certo (e atendendo a todo o seu passado histórico) não deve gostar nada de atitudes como a deste padre que, desnecessariamente, descredibilizou a ideia e a mensagem da instituição que lhe paga o ordenado.
eu até compreendo (embora não concorde) a atitude e a posição da igreja. o que eu não consigo entender é a posição extremista de determinados padres ( de quem há mulheres que dizem ter engravidado por se terem limpo às mesmas toalhas que o prior)qu não respeitam as leis de castidade que lhes são impostas e que vêm apregoar numa campanha contra a despenalização da mulher que aborta.
a igreja ajuda efectivamente as pessoas que não têm capacidade de criar uma criança?
deixemo-nos de hipocrisia e vejamos toda a história da igreja. não esqueçamos todos os crimes que têm sido cometidos em nome da fé cristã.
deixem de ser hipocritas ao ponto de se recusarem a baptizar crianças apenas porque os pais não são católicos ou não são casados com a benção do padre (notem que eu não falei na benção de Deus), não recusem a extrema unção a quem não teve força para continuar a viver contra o sistema instalado.
onde está a caridade destes padres quando há milhares de crianças a morrer de fome, quando os deficientes, os dependentes, os pobres e os desafortunados deambulam por este planeta?
não sabem' pois estavam ocupados na campanha contra o abortO! hipócritas, não?

ANTONIO DELGADO disse...

Obrigado Zé Lérias,
e volte sempre...esta mesmo aqui ao lado.