sexta-feira, maio 30, 2008

ARTIGO DE MÁRIO CRESPO. DN 26/5/2008



Por que não nacionalizar?

Mário Crespo, JornalistaSe o mercado não consegue disciplinar os preços, os lucros nem o selvático prendar dos recursos empresariais com os vencimentos multimilionários dos executivos, então por que não nacionalizar os petróleos e tentar outros modelos? Quem proferiu este revolucionário comentário foi Maxine Waters, Democrata da Califórnia, durante o inquérito conduzido pelo Congresso, em Washington, às cinco maiores petrolíferas americanas. Face à escalada socialmente suicidária dos preços dos combustíveis, o órgão legislativo americano convocou os presidentes para saber que lucros tinham tido e que rendimentos é que pessoalmente cada um deles auferia. Os números revelados deixaram os senadores da Comissão de Energia e Comércio boquiabertos. Desde os 40 mil milhões de dólares de lucro da Exxon no ano passado, ao milhão de euros mensais do ordenado base do chefe Executivo da Conoco-Phillips, às cifras igualmente astronómicas da Chevron, da Shell e da BP América. Esta constatação do falhanço calamitoso do mecanismo comercial, quando encarada no caso português, ainda é mais gritante. Digam o que disserem, o que se está a passar aqui nada tem a ver com as leis de oferta e procura e tem tudo a ver com a ausência de mercado onde esses princípios pudessem funcionar.Se na América há cinco grandes empresas que ainda forçam o mercado a ter preços diferentes, em Portugal há uma única que compra, refina, distribui e vende. É altura de fazer a pergunta de Maxine Waters, traduzindo-a para português corrente- Se o país nada ganhou com a privatização da Galp e se estamos a ser destruídos como nação pela desalmada política de preços que a única refinadora nacional pratica, porquê insistir neste modelo? Enunciemos a mesma pergunta noutros termos - Quem é que tem vindo sistematicamente a ganhar nestes nove anos de privatização da Galp, que alienaram um bem que já foi exclusivamente público? Os espanhóis da Iberdrola, os italianos da ENI e os parceiros da Amorim Energia certamente que sim. O consumidor português garantidamente que não. Perdeu ontem, perde hoje e vai perder mais amanhã. Mas levemos a questão mais longe houve algum ganho de eficiência ou produtividade real que se reflectisse no bem-estar nacional com esta alienação da petrolífera? A resposta é angustiantemente negativa. A dívida pública ainda lá está, maior do que nunca, e o preço dos combustíveis em Portugal é, de facto, o pior da Europa. Nesta fase já não interessa questionar se o que estamos a pagar em excesso na bomba se deve ao que os executivos da Galp ganham, ou se compram mal o petróleo que refinam ou se estão a distribuir dividendos a prestamistas que exigem aos executivos o seu constante "quinhão de carne" à custa do que já falta em casa de muitos portugueses. Nesta fase, é um desígnio nacional exigir ao Governo que as centenas de milhões de lucros declarados pela Galp Energia entrem na formação de preços ao consumidor. Se o modelo falhou, por que não nacionalizar como sugeriu a congressista Waters? Aqui nacionalizar não seria uma atitude ideológica.Seria, antes, um recurso de sobrevivência, porque é um absurdo viver nesta ilusão de que temos um mercado aberto com um único fornecedor. Se o Governo de Sócrates insiste agora num purismo incongruente para o Serviço Nacional Saúde, correndo com os existentes players privados e bloqueando a entrada de novos agentes, por que é que mantém este anacronismo bizarro na distribuição de um bem que é tão essencial como o pão ou a água? Como alguém já disse, o melhor negócio do Mundo é uma petrolífera bem gerida, o segundo melhor é uma petrolífera mal gerida. Na verdade, o negócio dos petróleos em Portugal, pelas cotações, continua a ser bom. Só que o país está exangue. Há fome em Portugal e vai haver mais. O negócio, esse, vai de vento em popa para o Conselho de Administração da Galp, para os accionistas, para Hugo Chávez e José Eduardo dos Santos. Mas para mais ninguém. A maioria de nós vive demasiado longe da fronteira espanhola para se poder ir lá abastecer.

Este artigo dá-nos mais força para fazermos o boicote à GALP!
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Junto ao problema dos combustíveis está a crise financeira internacional sobre a qual a UE parece associar os salários dos altos executivos e as indeminizações milionários. Estes temas foram discutidos na imprensa europeia, faz um dias mas parece que em Portugal se desviou a atenção sobre o assunto. Faço um link para o Jornal EL PAIS ,do dia 11 de Maio, para que possam ver o que a UE pensa do assunto.

sábado, maio 24, 2008

RANKING


Um texto enviado por mail pelo meu querido amigo D.M.C. e que tenho o prazer de publicar.

A grande cabeça pensante deste Governo, o ministro das Finanças Teixeira dos Santos, desde Agosto de 2007 que nos andou a impingir a ideia de que os efeitos do “subprime” dos EUA não chegariam a Portugal devido às sábias políticas por ele adoptadas e pelo Governo democrático e maioritário do PS, no que foi acompanhado pelo inefável e infalível Constâncio, que aguarda paciente, patriótica e sacrificadamente pela reforma de cerca de 25.000€ do Banco de Portugal para finalmente “basar”.
Recentemente, com lata e desfaçatez, disse que quer a UE quer o FMI estavam enganados em prever para Portugal reduções do crescimento do PIB para 2008, porque não sabiam do que falavam. Ele um “expert” do assunto é que tudo sabia e nunca falhara. Passados poucos dias, com um ar sério, anunciou ao País, que a previsão do crescimento do PIB para 2008 passava de 2,2 para 1,5%, o que significa para já mais um substancial rombo nas reformas e nos aumentos dos funcionários públicos em 2009...
A “holding” «Movimento O Que Tu Pias» cujo único sócio é um economista de “meia-tijela” e não-praticante esclarece o ainda Ministro das Finanças que a crise do “subprime” prevê-se venha a ter quatro fases até 2010, a primeira das quais vivemos e será a de menores consequências nas economias de mercado. O pior está para vir. A crise do “subprime” tem como origem a actividade da “banca de casino” que explorou os americanos pobres com taxas de juro especulativas.
Portugal, seguindo as boas práticas ultraliberais, com a atenta supervisão do Banco de Portugal, também cá já tem esses tipos de bancos a actuar livremente, cedendo créditos ao consumo aos aflitos dos portugueses a Taxas de Juro Anuais de mais de 30% (GE Money, BBVA, Cetelem, Santander, Cofidis, é uma carrada delas). Um escândalo financeiro brutal autorizado pelo poder político e obviamente pelo Banco de Portugal.
Estas crises do “subprime” são a consequência natural da actuação ultraliberal da “banca de casino”, cujos efeitos nefastos na vida das famílias até os dois últimos Papas denunciaram, num mundo em “globalização”, em que o poder político é uma marionete da alta finança e dos especuladores bolsistas, promove agora a especulação energética e dos produtos alimentares, consequência do desenvolvimento acelerado de economias orientais que conceberam, desviando para esses países a produção e a exploração dos povos e das condições ambientais. Tal política origina nesses países o aumento brutal do consumo de bens energéticos e alimentares. É a chamada “pescadinha de rabo na boca” que visa a destruição da classe média dos países ocidentais e o fim do Estado Social…
Devido à reconhecida competência do «Bloco Central de Interesses» a Comissão Europeia divulgou no relatório de 2007 (mas com dados de 2005) que Portugal foi o pior país da EU na distribuição da riqueza, mesmo piores que os EUA, os campeões da batota e da “banca de casino”….
Agora parece que devido à sábia actuação deste Ministro das Finanças e deste Governo do PS já somos penúltimos, uma autêntica glória, dizem como sempre que melhorámos a enormidade de 0,1%, e já estamos à frente da Letónia, corrigiu o Sapientíssimo Ministro de Estado o Mestre Pedro da Silva Pereira, um crente em tudo, mesmo nele.
A safa dos pobres é que a fome não tem aumento de preço, daí que, quantos mais portugueses tiverem fome mais imunes estarão à inflação e às políticas ultraliberais do «Bloco Central de Interesses».
Assim temos: os ricos são cada vez menos mas cada vez mais ricos; os pobres são sempre mais e mais pobres; a classe média é coisa para desaparecer.
Este é o objectivo final e o resultado da prossecução das políticas ultraliberais do «Bloco Central de Interesses» e da ideologia subjacente lançada pelo “Compromisso Portugal” com o grande patriota de “sacola laranja” Diogo Vaz Guedes à cabeça.
É por isso que em Portugal e em toda a Europa, é que eles, os políticos profissionais, quando “basam” da política vão servir quem já serviram...
Há quem preveja que não demorará muito, um protesto de rua espontâneo e generalizado aos subúrbios das grandes cidades, por essa Europa fora, que fará com que os profissionais da política arrepiem caminho, mudem de vida e de carris, porque a política está completamente subjugada ao poder económico a da alta finança e os políticos profissionais obviamente também.
Dizem que o povo deixou de poder contar com os Partidos (alternantes) do Poder, que também estão manietados pelo poder económico e da alta finança, aqui e por toda a Europa. A democracia política tem que se reinstalar e reassumir o poder económico e financeiro, e a soberania terá que voltar a residir no povo.
O inevitável protesto popular, fruto da escandalosa precaridade do trabalho, do desemprego e da desmantelação em curso do Estado Social, será espontâneo e muito provavelmente incontrolável e violento, com possível envolvimento das próprias forças da ordem. Quando começar alastrará como fogo posto em floresta virgem.

DMC

M3C’s – Movimento Cuidado Cas Carteiras
MESGA - Movimento Estamos a Ser Gamados

sábado, maio 17, 2008

ZEITGEIST




ZEITGEIST é um termo que aparece na cultura ocidental pela via alemã no seu período romântico. Momento em que a noção da história e a consciência histórica associadas ao espírito do lugar dominam o pensamento ocidental por influência germânica. Este conceito irá enaltecer a identidade e o próprio “espírito do lugar”, factos que mais tarde quando assimilados pela cultura trarão a trágica ideia, que mergulhou certos povos no desespero e na angústia e que se designa por NACIONALISMO. Os factos históricos e culturais passam então a ter explicação social quando são confrontados com outros análogos mas de outras culturas. Jacob Burckhardt será o grande mentor desta corrente e o grande guru da Historia da Cultura. Apesar da formula de Burckarart ser antiquada ela continua a ter os seus seguidores em Portugal, passados 150 anos, como se aquela fórmula fosse o grande instrumento de analise da nossa vida social, económica e cultural como atestam muitas das crónicas de comentadores e “opinion-makers” de serviço.

Bom fim de semana e bom filme nas quase duas horas de emissão numa viagem a muitos dos grandes mitos e factos da cultura ocidental.

PS. AO ROGÉRIO OBRIGADO PELO ENVIO DA DIRECÇÃO DO VIDEO.

terça-feira, maio 13, 2008

" QUE RAIO DE PAÍS É ESTE?!"


É com o título da postegem que a revista Magazine (MGI) abre uma entrevista do conhecido advogado Ricardo Sá Fernandes, que foi secretário de Estado, no governo de Guterres. O casuísta tece algumas considerações, sobre Portugal, a vida portuguesa e a Europa, a justiça no país, o acidente de Camarate e a morte de Sá Carneiro, a corrupção e a ignorância em Portugal. Em doze páginas podemos ver estes temas abordados e faço ecos deles com pequenos excertos na postagem de hoje.

Nota introdutória sobre Ricardo Sá Fernandes.

“ Não cala a mentira nacional que foi Camarate e o conluio que impediu que a verdade vencesse e se fizesse justiça. Sabendo que a morte de Sá Carneiro e Amaro da Costa foi um crime, não desistiu de repor a verdade da História, Mesmo depois do julgamento público não ter sido permitido e o caso ter prescrito. Para este advogado, a justiça portuguesa vive à volta da prescrição e da nulidade, e muito pouco à volta da reposição da verdade. Isto numa sociedade pouca habituada ao contraditório, à honestidade intelectual e onde a irracionalidade e a ignorância passeiam-se ganhadoras.”

Sobre a sociedade portuguesa e o país

“ Esta é uma sociedade em que todos somos primos e conhecidos, onde não há tradição de rigor e livre critica. Alias, a ignorância é talvez o nosso maior mal, e ainda por cima não o combatemos, e isso leva a que quando as situações são mais complicadas, por uma maneira ou outra, tudo fica anestesiado e esquecido” .

“ (...) Estamos a reformar a saúde, a justiça, o ensino, entre outros sectores, e ainda não fizemos a reflexão sobre que pais é que nós queremos. (...) Em todas as politicas sectoriais parece-me que o governo revela que não tem uma politica para o país. Teve boa capacidade de combater o deficit e equilibrar a parte orçamental, mas não tem visão estratégica para Portugal. (...) como não temos uma visão estratégica para o país, não soubemos aproveitar os fundos e as oportunidades. Um país que entra para o espaço europeu e tem, passados todos estes anos, a sua agricultura e as suas pescas liquidadas, a sua industria com as dificuldades notórias que conhecemos. (...) Faço um balanço negativo da fase de transição. (...) temos de reconhecer que estes vinte e tal anos não foram os melhores.

Sobre desresponsabilização

“ (...) Desde o rei D. Carlos a Sá Carneiro ! em Portugal não se responsabilizam as pessoas que falham. Não que devam de ser diabolizadas porque falhar é humano. Mas nunca assumem que falharam, nem são responsabilizadas por isso. (...) Portugal tem um problema terrível de ignorância, no qual a razão tem muita dificuldade em se impor à ignorância. Costumo dizer que o país tem dois problemas terríveis – Um a ignorância, o outro a corrupção.

Sobre tribunais e justiça

“ Os tribunais adoram matar o os processos pela prescrição. Adoram matar os processos porque há uma nulidade. Portanto os tribunais portugueses passam a vida a decidir questões processuais (...) Para mim a razão porque isto acontece é a preguiça. (...) é preciso perceber que os cidadãos também são culpados por este problema. As pessoas devem exercer efectivamente o direito de criticar e denunciar. Se todos fizermos isso de certeza que as coisas mudam. (...) As pessoas tem de denunciar, criticar, expor o erro, o vicio e a incorrecção. Isso ajuda e é fundamental para ajudar a mudar a justiça e a sociedade portuguesa: os vícios da justiça são os vícios da sociedade Portuguesa. (...) . Em Portugal existe muita incerteza na justiça, e isso é um problema grave. Eu quero que uma pessoa se sente à minha frente e que eu lhe possa dizer com tranquilidade que o seu caso terá este desfecho ou aquele, ou que é com segurança que poderemos ir para esta acção. Mas o que acontece é um grau de incerteza muito grande e um desprestigio para o sistema . “

Sobre Camarate e a morte de Sá Carneiro

“ (...) Houve situações deliberadas de ocultação de provas. E isso aconteceu porque na sociedade portuguesa, na altura dessas mortes, o poder politico percebeu que a descoberta de que não teria sido acidente, mas antes assassinato, podia ter repercussões politicas muito complicadas, numa altura em que o país e a democracia ainda não estavam estabilizados. Portanto, houve um grande desejo de que Camarate fosse acidente e não um crime. Era conveniente à paz politica”

Pode ver parte da entrevista em: http://www.magazine.com.pt/new/modules/articles/article.php?id=143

Ver: PROCURADOR ARRASA MAPA JUDICIÁRIO

terça-feira, maio 06, 2008

UMA ENTREVISTA DE " ALTO GABARITO"


Extracto de uma entrevista feita ao Dr. Sapinho e saída na Revista Expressões Nº 13 . A entrevista toda ela, uma excelente peça de humor, merece da minha parte, alguns prémios e destaco os seguintes:
Ps. (JGS) abreviatura com que é identificado, na entrevista, o sr.presidente da CM de Alcobaça o dr. José Gonçalves Sapinho

Prémio
Asneira do ano.

Jornalista. O Mosteiro de Cós tem estado abandonado?
JGS. Sim. E está aberto ao público, porque há um vizinho que abre e fecha a porta. Mas aquilo é uma obra bonita, Barroco do século XI, do mais bonito que existe. A câmara decidiu comprar as casas em volta do mosteiro, para manter a igreja que ainda resta.

Prémio
Linguagem obtusa ou cuspir palavras.

Jornalista: Qual o objectivo dessas aquisições?
JGS – Fazer com que o edifício fique mais saudável. Concretizar uma requalificação à volta do mosteiro. E, instalar, naquele edifício, uma estalagem em espaço rural.

Prémio
O Sprinter: falar mais rápido do que actuar ser mais rápido que o pensamento

Jornalista: Quando avançam esses projectos?
JGS – Rapidamente.

Prémio
Só sei que nada sei que penso mas nada penso e tenho brancas.

Jornalista. Tem Conhecimento de alguma confirmação ao traçado do TGV?
JGS – Eu penso ter ideias claras sobre as coisas, mas a maneira como o TGV esta apresentado não serve de maneira nenhuma o município.


Jornalista: O traçado proposto é definitivo?
JGS- O governo tem legitimidade e se quiser passar o TGV passa, isso tem de ser dito com clareza, mas quando passar tem que saber que é ou não com a nossa oposição. Ao ser com oposição, tem que ser com oposição clara. Mas ainda estamos a conversar sobre o assunto.

Prémio
Literatura Surrealista

Jornalista: Como está o serviço de saúde em Alcobaça?
JGS- Tudo fazemos para que esteja bem. Há três extensões de saúde em curso. A de Alfeizerão. Deverá de começar a funcionar entretanto. É um projecto em que a câmara pagou o terreno e as instalações. Gastamos ali mais de 250 mil euros, sem contar o terreno e faço questão de inaugurar.

Prémio
Ter fé em Deus ou o futuro dirá.

Jornalista: Como está o panorama escolar de Alcobaça?
JGS. Vamos construir centros escolares em Alcobaça, Benedita Turquel, Alfeizerão e Cela, com ginásio, cozinha, refeitório, biblioteca e sala de jogos. E há obras de manutenção para fazer noutras instalações escolares.

Prémio
Dr. Hadoc

Jornalista: E o processo de despoluição da Bacia de S. Martinho?
JGS- é um projecto eterno e um problema muito grave. S. Martinho do Porto é dos primeiros lugares onde foram instalados esgotos apenas na marginal, antes tudo desaguava na baía. Os primeiros quadros comunitários de apoio não resolveram o problema e eu transformei-o em prioridade para o terceiro.

Prémio
Não te apropries de uma coisa concebida pela Associação dos Municípios do Oeste e sempre falei verdade.

Jornalista: O que foi feito?
JGS – Criei a empresa Águas do Oeste, com o objectivo de proceder à despoluição da bacia de S. Martinho do Porto e da lagoa de Óbidos. Foi construída uma nova ETAR ( Estação de tratamento de Aguas Residuais) em S. Martinho do Porto que está a funcionar muito bem. Sobra o problema dos afluentes das suiniculturas.

Prémio
Não sei não fui e não estava lá

Jornalista: Para Quando a conclusão desse projecto?
JGS- Tem a ver com os calendários da União Europeia para utilizar as verbas. Eu estive sempre na linha da frente, para reunir com os suinicultores, no sentido de os convencer, porque a actividade económica deles deve de incorporar este custo.


Prémio
O golfo não dá de comer a ninguém e onde está a racionalidade dos recursos hídricos.

Jornalista: Por isso a construção de campos de golfe?
JGS- É um projecto privado bastante ambicioso. Uma das exigências da câmara é que seja instalado um campo de golfo em S. Martinho do Porto, que terá 200 hectares e outro no norte em Pataias, a norte da Nazaré com cerca de 500 hectares.

Prémio
Não entendo pode explicar-se melhor

Jornalista: Projecto para avançar quando?
JGS – Está tudo preparado para avançar. O problema é o PDM de Alcobaça. O que é prejudicial para o concelho, porque além do golfe haveria hotéis e ia verificar-se um grande movimento de pessoas.

Prémio
A gestão dos Buracos: uma câmara que dá buraco

Jornalista: Um investimento Avultado?
JGS- É muito dinheiro, sobretudo a norte falamos de milhões de euros, são dois hotéis e dois campos de 18 buracos cada um. Em são Martinho, um de 19 e outro de nove, associado a um projecto imobiliário.

domingo, maio 04, 2008

SER PORTUGUÊS ...É SER O MAIOR!!!




Recebi por mail o texto que forma parte da postagem e está destacado a cor . O texto fez-me recordar uma antiga crónica da revista K e é com algumas imagens dela que ilustro a postagem. (Revista K Agosto de 1992)





SER POSTUGUÊS...É SER O MAIOR!!!

Levar o arroz de frango para a praia.
Guardar aquelas cuecas velhas, para polir o carro.
Criticar o governo local, mas jamais se queixar oficialmente.
Ladie's night à quinta.
Ter tido a última grande vitória militar em "1385".
Enfeitar as estantes da sala com as prendas do casamento.
Guiar como um maníaco e ninguém se importar com isso.
Viajar pró quinto dos infernos e encontrar outro Tuga no restaurante.
Ter folclore estudantil anual por causa das propinas.
Ninguém saber nada do nosso país, excepto os Brasileiros e os Espanhóis, que gozam dele.
Levar a vida mais relaxada da Europa, mesmo sendo os últimos de todas as listas.
Ter sempre marisco, tremoços e álcool, anualmente, a preços de saldo.
Receber visitas e ir logo mostrar a casa toda.
Dar os máximos durante 10 km, para avisar os outros condutores da polícia adiante.
Ter o resto do mundo a pensar que Portugal é uma província espanhola.
Exigir que lhe chamem "Doutor", mesmo sendo um Zé-ninguém.Exigir que o tratem por Sr. Engenheiro, mas não tratar ninguém com outras profissões por Sr. Pintor, Sr. Economista, Sr. Contabilista, Sra. Secretária, Sr. Canalizador, Sra. Cabeleireira, Sr. Primeiro-ministro, etc.
Passar o domingo no shopping.
Tirar a cera dos ouvidos com a chave do carro ou com a tampa da esferográfica.
Axaxinar o Portuguex ao eskrever.
Gastar 50 mil euros no Mercedes C220 cdi, mas não comprar o kit mãos-livres, porque "é caro".
Ir à aldeia todos os fins-de-semana visitar os pais ou os avós.
Gravar os "donos da bola".

Ter diariamente, pelo menos 8 telenovelas brasileiras e 2 imitações rascas da TVI na televisão.
Já ter "ido à bruxa".
Filhos baptizados e de catecismo na mão, mas nunca pôr os pés na igreja.
Ir de carro para todo o lado, aconteça o que acontecer, e, pelo menos, a 500 metros de casa.
Lavar o carro na fonte, ao domingo.
Não ser racista, mas abrir uma excepção com os ciganos.
Levar com as piadas dos brasileiros, mas só saber fazer piadas dos alentejanos e dos pretos.
Ainda ter uma mãe ou avó que se veste de luto.
Ser mal atendido num serviço, ficar lixado da vida, mas não reclamar por escrito "porque não se quer aborrecer".
Dizer mal dos militares, mas adorar o cravo na G3 e o feriado do 25 de Abril.
Falar mal do Governo eleito e esquecer-se que votou nele.
Viver em casa dos pais até aos 30 anos.
Na terceira idade, pendurar o guarda-chuva nas costas.
Acender o cigarro a qualquer hora e em qualquer lugar, sem quaisquer preocupações.
Ter pelo menos duas camisas traficadas da Lacoste e uma da Tommy (de cor amarelo-canário e azul-cueca).
No restaurante, largar o puto de 4 anos aos berros e a correr como um louco, a incomodar os restantes Tugas.
Ter bigode e ser baixinho(a).
Conduzir sempre pela faixa da esquerda da auto-estrada (a da direita é para os camiões).
Ter o colete reflector no banco do passageiro.
Pendurar o CD no retrovisor, para "enganar o radar".
Ter três telemóveis.
Jurar não comprar azeite Espanhol, nem morto, apesar da maioria do azeite vendido em Portugal ser Espanhol.
Organizar jogos de futebol de solteiros contra casados.
Ir à bola, comprar "prá geral" e saltar "prá central".
Gastar uma fortuna no telemóvel mas pensar duas vezes antes de ir ao dentista.
Cometer 3 infracções ao código da estrada, por quilómetro percorrido!!!

sábado, maio 03, 2008

DIA DA MÃE



Numa destas viagens longas e solitárias que costumo fazer em carro, ouvia pela rádio como definam a mãe. Para eles, aquele ser, é quem se encarrega de pôr a sopa, estar de alerta com o ouvido depois das dez e meia à espera que o filho chegue, tirar a roupa do verão do armário, saber sempre onde está a caixa com as figuras do presépio, sabe dobrar as camisas e tê-las sempre dobradas no armário, coser os botões, esfregar e tirar as manchas. É a primeira a trazer o termómetro. Além de tudo isto a mãe é também a pessoa a que todos os de casa se dirigem à hora do pequeno-almoço e quando se acabou o açúcar, a quem se olha de forma rara quando a sopa tem um sabor estranho ou a quem se pede explicações se o microondas está avariado. A quem se pergunta se não há outra comida ou porque é que a água do esquentador sai fria. Mas também a quem se procura como refúgio e confidente, ou como apoio vital sem horários e condições.Vendo tudo isto, algumas mulheres modernas tratam que não seja precisamente assim, mas não sendo é estranho que apareça ou se invente um modelo masculino capaz de a substituir. A mãe é a alma da casa em sentido total, não interessa se a nomearam ministra; ou se não tem bom desempenho no seu papel. Bem podia fazer o homem algo similar à mulher ou inclusive tarefas mais árduas para pagar as suas virtuais culpas, mas não é nem parecido o estilo com o que homem faz e ama. Se amamos de maneira diferente a mãe, não é só pelo carinho que nos dá, o esmero que concentra nos seus cuidados ou pelo bem como cozinha. Estimamo-la de maneira incomparável porque se trata de uma mulher e não se gostava da mesma maneira estando um homem no seu lugar ou outra coisa do estilo. Pode ser que a mãe, num futuro de implantes, clonações, e falsos feminismos se converta noutra figura. Mas para então, com o progresso, por acaso não haverá porque prestar maior atenção à maternidade porque todos seremos, por fim , desapaixonadamente equivalentes e celulares...

NESTE DIA TÃO ESPECIAL PARA TODOS NÓS FAÇO UMA PEQUENA E SIMPLES HOMENAGEM A TODAS AS MÃES DO MUNDO E À MINHA ENVIO -LHE UM BEIJO ONDE QUER QUE ESTEJA..

quinta-feira, maio 01, 2008

OPINIÃO


Reproduzo um excelente artigo de opinião do Prof. Moisés Espírito Santo sobre o discurso do Presidente da República, no dia 25 de Abril, alusivo ao estudo por ele encomendado sobre a informação politica dos jovens. O dito artigo saiu no Jornal de Leiria em 1 de Maio de 2008


Senhor Presidente da República, os jovens têm razão e recomendam-se

O Presidente da Republica, nas comemorações do 25 de Abril e no Parlamento, fez um discurso sobre a cultura política dos jovens deduzida dum estudo da Universidade Católica que a Presidência encomendou. Pretendeu fazer passar um retrato negro da formação política dos jovens. Eu, que não tenho compromissos com os políticos, até considero que a cultura política dos jovens é boa. Antes de mais, o Presidente atribuiu as culpas aos deputados («os responsáveis sois vós») quando o Professor Cavaco Silva governou o País durante dez anos. E deu estes três exemplos de «ignorância política» dos jovens: a maioria 1) não sabe quem foi o primeiro presidente eleito depois do 25 de Abril; 2) desconhece o número exacto dos países que integram a União Europeia; 3) ignora que o P.S. tem maioria absoluta no Parlamento. E com isto fez figura, tendo sido repercutido por todos os média , como um alerta pela «nossa democracia». Pergunto eu: o que é que vale isso? Devia é ter citado outros dados do mesmo Estudo (segundo o Público) como, por exemplo: a) interessam-se mais pelas «petições e pelo boicote de produtos por razões políticas ou ambientais do que o resto da população»; b) não atribuem eficácia ao voto; c) têm dificuldade em se identificarem com «a oferta partidária»; c) acham pouco ou nada importante a separação entre esquerda e direita; d) só 20% «sentem simpatia» pelo voto eleitoral; e) entre eles há «concordância genérica» pela criação de novos mecanismos de participação dos cidadãos nas decisões políticas e de mudar o sistema eleitoral de forma a dar mais ênfase aos candidatos e menos aos partidos políticos», etc. Ora estes temas (não citados pelo Presidente) é que são importantes e retratam, isso sim, o falhanço da «nossa» democracia. (Quando os políticos dizem «nossa democracia», face a estes dados, entende-se que essa democraica é «a deles», «classe política»). Ora, com a maioria dos políticos que temos até é sinal de boa cultura ignorar os seus nomes, o seu número no Parlamento e, depois das manigâncias com o Tratado de Lisboa para o qual se prometeu um referendo, é natural que se ignore quantos países compõem a «nossa Europa» (a deles). Isso só interessará aos «jotas» dos partidos que são amestrados para reproduzir as manhas dos «velhos».
Note-se a alínea e) que referi : «Há concordância genérica em que se devia mudar o sistema eleitoral de modo a dar mais ênfase aos candidatos e menos aos partidos políticos». Ora, aqui é que está o busilis, quer dizer, a razão do desinteresse dos jovens (e dos adultos) pelos nomes e pelo número de políticos. Os jovens têm razão e recomendam-se.
Na Europa, Portugal é o único em que os candidatos a deputados têm de ser propostos pelos partidos e, por outro lado, em que se exige um número de inscritos para se constituir um partido. Na Europa, para uma eleição, os Estados só reconhecem os cidadãos. A «nossa» democracia (a deles) faz dos cidadãos simples votantes, ou claque; e só serve para caucionar a «classe política». É a razão por que a maioria da juventude se desinteressa da informação política.
A propósito: as comemorações do 25 de Abril não passaram duma rectórica sobre a «nossa» democracia de que se servem os profissionais da política. Quem é que se lembrou de recordar ou homenagear os milhares de portugueses (trabalhadores, intelectuais, estudantes, emigrantes...) que lutaram, anonimamente, clandestinamente, quotidianamente, civicamente, contra o fascismo e pelos Direitos Humanos, de 1928 até 1974? E que sofreram nas prisões ou na solidão da clandestinidade? E que perderam o trabalho e o conforto familiar? E que definharam no Tarrafal ou tiveram de fugir para o estrangeiro? Uma homenagem a esses anónimos, ou desnomeados, que agiram pela liberdade de todos e não com vistas a um emprego - dos melhores cidadãos que a Pátria engendrou - é que seria uma comemoração cívica do 25 de Abril, e não esta parada folclórica de auto-afirmação dos actuais políticos que vieram usufruir daquilo que os outros semearam.