quarta-feira, agosto 22, 2007

ACESSIBILIDADES AO MOSTEIRO:CARRINHOS DE BÉBÉ


Faz algum tempo que referi neste espaço a questão das acessibilidades ao mosteiro. Uma postagem que gerou comentários de muita sensibilidade para o tema. Porque é difícil a qualquer pessoa com handicaps aceder ao monumento em condições normais. Sei que as acessibilidades são um tema muito controverso e polémico entre museólogos e arquitectos (deficientes... que tipo de deficientes... coxos, cegos? chão polido, rampa chão sem sê-lo), a controvérsia é grande e a discussão não é nada pacifica. Mas entretanto para os deficientes não ficarem à espera da decisão, que pode demorar anos, podiam-se diminuir as dificuldades a eles e pessoas em cadeiras de rodas, idosos, crianças e bebés em carrinho, que entretanto se desloquem ao mosteiro de Alcobaça para visita-lo.










A DESCOBERTA DO JORGE CASAL

O PSD : PENSADOR DA SANITA DO DESERTO
(sugestão de estátua)

( O TACHEIRO DO OESTE também conhecido localmente pelo AGUADEIRO DE CÍSTER.)

Não especulem mais sobre quem seja o homem da sanita. Eu já descobri: é o Grande Pensador Gonçalves Sapinho. É o mesmo que figura um pouco antes como aguadeiro, de chapeu mexicano (?) e com uns tachos dependurados ao pescoço para dar de beber aos cameleiros no deserto. Já chegou a uma descoberta fantástica: «Há pouca estatuária em Alcobaça». Quando era aguadeiro do deserto, já lhe fazia espécie que não houvesse por lá fontes, rios, cascatas e lagos com peixinhos, sapinhos e outros bichinhos (se houvesse, já não era preciso ir buscar água tão longe, uma trabalheira!). E fazia esta analogia: «Tal como não há estátuas em Alcobaça assim não há água no deserto».Depois, na aposição de Buda, reflectia: «No deserto só há saibro. Ora, um deserto com rios, cascatas, peixinhos e sapinhos seria muito mais bonito, uma atracção turística». Um belo dia tirou o chapeu, despiu-se dos seus atavios de beduino, sentou-se na sanita e, como Pensador que é, adoptou a verdadeira posição do Pensador de Rodin. Foi então que teve esta sublime iluminação: «As coisas só estão bem como Deus as fez. Não há nada melhor do que o deserto: vazio, solidão, estagnação, pasmaceira. Deus lá sabe porquê. Nos seus altos desígnios, Deus entendeu que é muito mais fácil dominar um deserto do que um mundo vivaço, buliçoso, mutante, exigente» Depois pôs-se a desafiar aqueles que pensam que também pensam (são uns idiotas!): «Alcobaça é um deserto? Morre-se de pasmo em Alcobaça? Pois eu, Grande Pensador do Deserto, até digo: Viva o deserto! O deserto é o meu mundo! O meu ganha-pão!. Quem não está bem mude-se!» E, nisto, levantou-se da sanita e, como quem levanta um troféu, fez chocalhar os tachos que trazia ao pescoço e com que dá de beber (de comer, e muito mais coisas) aos cameleiros seus acólitos (ou coristas?). É por isso que, em compensação, os acólitos levam o Grande-Buda-Pensador num andor a dar uma volta pelas feiras (também viram essa?). Ora, e digo só mais isto: é desta intensa actividade pensante do Grande Pensador que deriva a sigla PSD: Pensador da Sanita do Deserto.

Ps. Esta postagem deriva de um comentário bem humorado deixado na postagem anterior pelo meu amigo Jorge Casal. Ele, tal como eu, nutre um grande amor por Alcobaça e não deixou de se associar à diversão contra os encantadores de serpentes que se nutrem dela.