quinta-feira, julho 10, 2008

ALCOBAÇA E A " GRANDE METAMORFOSE" DA FRAUDE


Victor Hugo presumia de nomear as coisas pelos seus nomes, sem rodeios como faziam os seus colegas e contemporâneos. "J’ai nommé le cochon par son nom". Chamar porco ao porco é admirável e, apesar de serem muitas as grandes plumas que se perderam por histórias difíceis, sem saída ou sentido, nos nossos dias é imprescindível que o pão seja pão e o vinho, vinho. A excepção à norma é um privilégio para quem governa. Certos governantes são grandes mestres do eufemismo e da dissimulação, assim como as suas alegres e insolventes companhias, algumas formando mesmo uma trupe sem precedentes no mundo do espectáculo, artistas singulares capazes de rir quando as circunstâncias requerem choros e incapazes de parar as lágrimas quando a dor a reclama e justifica.
Só a propaganda e o fatalismo mantêm alguns governantes na crista da onda e conservam uma incompreensível bula acrítica. Ninguém, nem o mesmo Goebbels, manejou com tanto garbo e mestria as artes da propaganda no não fazer nada como estes especialistas nas artes da ilusão. Iludem pelas barbas e pelas orelhas, e fazem-no com tanto aprumo e segurança, em atitude que parece de pessoas que nunca partiram um prato, ainda por cima com a maçadora insistência de parecerem capazes, para os incautos, de converter mentiras em verdades que resultam verosímeis para quem, na inércia do respeito, prima pelo poder estabelecido independentemente da sua cor e maneiras, como canon da incondicionalidade. Tudo isto a propósito de quem governa o município de Alcobaça.
A fatalidade é óbvia, cada terra tem o governo que merece e está claro que nós, consentidores e complacentes, devotos do mal menor e irresponsavelmente acríticos, temos caldeado um monstro que, rodeado de outros de condição parecida, integra um conjunto governativo que não brilha pelas ideias e objectivos concretos para o povo do concelho de Alcobaça. Um grupo, além de enganoso, anda distante da realidade, e é incumpridor de quase tudo quanto promete. No entanto dispõe-se a aceitar os lances do jogo que lhe são apresentados pelo imprevisto e as circunstâncias. Ideias próprias, zero. Conhecedores que são de que a merenda a pagamos todos nós, só se ocupam de seguir no poder, com base e sobre a sua creditada e reiterada incapacidade. Sabem que a magia de não nomear as coisas pelo seu nome e com conhecimento de causa lhes basta para saltarem da Primavera ao Outono e do Outono à Primavera e assim sucessivamente.
Dizia-me o meu primo Padre Tiago da Benedita, algum tempo antes de falecer, que o Dr. Sapinho poderia ser uma doença crónica para Alcobaça e para todo o concelho. Agora que os problemas começam a surgir verdadeiramente, a crise não é uma crise para ele, e a desertificação do concelho não é desertificação. A desindustrialização e a elevada taxa de desemprego no concelho são invenções dos jornais, como são invenções a perca do poder de compra real dos Alcobacenses, comparado com o dos outros concelhos do distrito, e já ouvi comentar que se passa fome no concelho e é verdade não haver saneamento básico em muitos lugares dele. As estradas são péssimas e o concelho perde população. Os impostos municipais são os mais caros do distrito. Perante isto, o preclaro presidente de Alcobaça e seu elenco presenteou 16 mil espectadores que fizeram deslocar à cidade no dia 6 de Julho para ver a "maior metamorfose" - uma fraude que custou 180 000 mil euros do bolso do contribuinte – tratando-se apenas de um cavalheiro pendurado pelas pernas durante três ou quatro minutos a 45 metros de altura. O espectáculo bem pode ser o retrato fiel da forma como o PSD em Alcobaça governa o concelho [despesista] sem orientação, e sem nenhum respeito pelo bom-nome da terra e muito menos pelos cidadãos que nele vivem. Sou levado a crer que não há mal que dure cem anos, noventa e nove anos já são muitos mas para todos aqueles que os têm de viver nestas circunstâncias doze já são uma eternidade. António Delgado in Jornal de Leiria. 10/7/2008
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O ILUSIONISTA
em exibição no cine- teatro TERRA DE PAIXÃO
O Ilusionista é a história de um personagem que cativa e hipnotisa o público com os seus espectáculos de magia e Ilusionismo: um verdadeiro encantador de serpentes! Os seus poderes , sobrenaturais chegam aos ouvidos de todos: de "GENTE IMPERTANTE" e "protante" " CHIQUE". A história é o retrato actual e real de um Grande Drama vivido no interior de uma Terra e pelas suas Populações . Ao nivel técnico o filme arrasa pelos recursos técnicos e os efeitos visuais . O casting é simplesmente notável... de "ALTO GABARITO"!