
Jornal de Leiria: Com a limitação do número, há muitos presidentes de câmara que vão cumprir o último mandato, caso sejam reeleitos. Isso pode ser oportunidade para o PS vencer mais autarquias no Distrito?
Carlos André: A oportunidade não resulta do limite de mandatos, mas da capacidade que o PS tenha para escolher bons candidatos. No PS, como noutros partidos, fazem-se guerras internas, porque o grande objectivo das pessoas é terem o poder dentro dos partidos. E esquecem-se que isso não conduz necessariamente ao poder na sociedade. O número de militantes é ínfimo em relação ao número de eleitores. Enquanto os partidos, se não convencerem - particularmente o PS - que têm de escolher pessoas não em função do universo partidário, mas do universo social, não conseguem ganhar eleições. Há muitos militantes de partidos que são cidadãos prestigiadíssimos e que são excluídos. Os partidos políticos são máquinas de triturar pessoas. Escolhem quem consegue triunfar melhor nas lutas internas. Triunfar é ser capaz de usar a navalha no momento certo.
Jornal de Leiria: Impera a lei do mais forte?
Carlos André: Ou do mais velhaco. Os partidos esgotam muitas vezes as suas energias nas lutas internas , esquecem-se de que o grande objectivo nao é esse. Temos o hábito de endeusar pessoas, colocá-las no sitio certo, para depois poder-mos disparar mais à vontade.
Apenas um reparo na entrevista: não entendi muito bem a respostas dada por este distinto ex governador civil sobre o Sr. Presidente da Batalha, António Lucas e o seu homólogo de Óbidos ... será que Óbidos não é Óbidos e apenas a Batalha é a Batalha? Sinceramente não entendi a ideia ou a metafora!
Do mesmo jornal destaco ainda uma carta publicada na Rubrica dos Leitores, pág. 20, relacionada com Alcobaça sendo o seu teor sobre a praia de Pedra d’Ouro. Em Maio/Junho deste ano fiz uma postagem sobre esta praia e os problemas que representam os resorts.
Praia segregada!
Na costa litoral oeste, ao longo da Estrada atlântica, onde o mar sussurra por entre rochas e falésias no percurso de S. Pedro de Muel para Paredes da Vitória, surge uma outra praia, a Pedra d’Ouro!
Esta pequena pérola do Atlântico, já no concelho de Alcobaça, tem vindo a ser desprezada pela autarquia com evidentes prejuízos para os seus frequentadores e para o turismo sazonal, principalmente na época balnear.
As poucas infra-estruturas urbanas, nomeadamente as viárias, o sistema de recolha de lixos os esgotos e a iluminação pública deixam muito a desejar. A Câmara de Alcobaça parece que se tem “esquecido” desta praia, em contraste com a atenção que dedica a outras do seu concelho, como os casos de Paredes e S. Martinho do Porto.
Pedra d’Ouro tem as poucas ruas esburacadas e com o principal acesso à praia de banhos, para além da acentuada inclinação com o pavimento em mau estado e sem qualquer passeio para os peões sentirem alguma segurança.
A iluminação pública é fraca, com falta de candeeiros nalguns troços da povoação.
Quanto aos lixos, apenas existem dois conjuntos de ecopontos no mesmo local e os restantes contentores estão mal distribuídos.
Outro grave problema que prejudica a população e os veraneantes é o atraso na construção da rede pública de saneamento, adiada ano após ano. As fossas existentes estão saturadas e há períodos em que os cheiros exalados dos esgotos são insuportáveis.
O município de Alcobaça não tem feito qualquer investimento na Pedra d’Ouro, nem sequer a necessária manutenção das ruas e passeios.
A verdade é que a autarquia arrecada anualmente uma elevada verba do IMI, proveniente das habitações existentes...
Talvez que a mega urbanização “Atlântico Village”, com campos de golfe em construção à entrada da Pedra d’Ouro seja no futuro uma mais valia para aquela praia, mas a verdade actual é bem diferente.
Hoje a Pedra d’Ouro é uma praia onde a qualidade de vida se vai degradando apesar de ser um local aprazível, junto ao pinhal de Leiria com condições para poder ser uma estanciado veraneio e lazer das melhores do concelho de Alcobaça.
Edgar de Carvalho