segunda-feira, dezembro 17, 2007

OS IMIGRANTES REGRESSAM A ALCOBAÇA


A Racionalidade e a sensibilidade como idiomas da convivência humana têm léxicos diferentes. O primeiro domina o segundo e normalizou as relações humanas tornando-se na língua franca do nosso quotidiano, e não reconhece o segundo idioma, ou se o reconhece é como dialecto exótico, digno de referência etnografia de mentalidades atávicas que os gestores da racionalidade preservam apenas como facto museológico. Numa época caracterizada pela ideia da memória, a sensibilidade mas também a ética transformaram-se numa espécie de arqueologia do espírito humano a que os primeiros recorrem quando no seu idioma não existem termos para definir novas áreas de construção ou exploração na sua Babel de números. Para isso tomam da linguagem dos segundos termos para construções de ideias e de factos que não são da sua. Denegrindo assim o idioma dos segundos pelo uso travestido dos termos no léxico dos primeiros. Colonizados e humilhados os autóctones do segundo idioma sobrevivem cada vez mais isolados nos ghettos do silêncio olhando mudos para a sua paisagem interior, como refugio de dignidade, por oposição aqueles que não a têm. Esta aos pouco está a transformar-se em terra de ninguém e em êxodo massivo vão partindo para os países da representação, do faz de conta onde para comunicarem têm de se envergonhar ou rirem-se de si mesmos, com desdém ou então adoptam a nacionalidade do vale tudo numa prática de sobrevivência cada vez mais corrente entre os primeiros. Nas ultimas eleições autárquicas em Alcobaça, os dois únicos vereadores eleitos pela oposição ao executivo PSD, imigraram para exercer actividades politicas noutras paragens. Segundo consta um foi para assessor de um qualquer Secretário de Estado e o outro tornou-se Adjunto do Presidente de Câmara da Marinha Grande o qual, recentemente o PCP/CDU obrigou a demitir. Ao que parece num processo nada edificante para este respeitado partido. Foi deste modo que ambos vereadores alcobacenses honraram os compromissos para com quem os elegeu e demonstraram também eles que Alcobaça é de facto a sua TERRA DE PAIXÃO. Agora em época de Natal e com o espírito de bons imigrantes que são, ai estão eles de regresso para se juntarem à família Alcobacense na noite da consoada...será para ficarem?