sexta-feira, fevereiro 29, 2008

AINDA SOBRE TELEVISÃO

Será que a violência, a guerra, as revoltas, os atentados, conflitos e outras formas de violência e destruição, são as novas formas de ensinar a geografia? Quem não sabe agora onde se situa o Iraque, o Ruanda, Mogadíscio ou a Tetchenia, Cabul e muitos outros lugares depois de ver os conflitos aí existentes pela televisão e de forma repetida . Deixo-vos com um mapa de conflitos no mundo e remeto-vos para uma postagem sobre “Guerra, Violência, Imagem” ... NO MEIO DE TUDO ISTO CONTINUO A PERGUNTAR: SERÁ ESTE O NOVO MÉTODO PARA ENSINAR A GEOGRAFIA?

terça-feira, fevereiro 26, 2008

CIDADANIA E DEMOCRACIA

Sócrates


O enorme avanço nas técnicas das comunicações do último século tem sido alucinante, com efeito trouxe cidadãos mais informados sobre o singular mas imprecisos e notadamente ansiosos quando tem de incorporar essa mesma informação em benefício da colectividade. A particularidade deste facto transformou os partidos políticos em pujantes máquinas eleitorais e não em organismos para a transmissão das necessidades e ambições do povo. Esses blocos de cidadãos, como se reconhecem os partidos, medem-se , na actualidade, em termos de propaganda e é para ela que se destina a maior parte do valor de uma campanha na qual a imprensa em vez de cumprir um papel de protagonista como deveria cumpre um papel subalterno.

Conhecemos mais dos candidatos e a sua personalidade do que as suas ideias ou a forma como pretendem implementa-las. Talvez porque escutamos mais e falamos menos. Vivemos em aparência de forma mais colectiva mas curiosamente mais sós.

Por este caminho vemos que a política está cada vez mais distante do cidadão e mais próxima dos grupos de interesse que dela lucram e só conseguem governos arredados dos interesses colectivos. Em consequência a cidadania que assumimos é raquítica e a democracia que se lhe oferece é de baixa qualidade . Como reflexo temos maiores níveis de descontentamento em relação aos políticos e partidos políticos. A propaganda e o uso massivo dos meios para lançar slogans ou frases politicas - apenas para fazer a diferença verbal - tem esvaziado o conteúdo ideológico dos partidos e o debate necessário no interior dos meios de comunicação. Para a imprensa parece ser mais fácil seguir o caminho e o ritmo marcados pela propaganda do que analisar se por detrás dessas frases de ocasião se esconde ou não um projecto e um candidato fiáveis para a cidadania. Entendo que a imprensa serviria melhor o público alegando os efeitos desmobilizantes das publicidades negativas do que aderir à incerteza do conteúdo das mesmas.

Aristóteles e Platão: detalhe da pintura de Rafael, A escola de Atenas.

É por estas ideias que urge reabilitar a política e a democracia. Parece-me necessário reinventar a forma e a importância da urbanidade democrática frente ao mercado político ou às identidades fortes que excluem ou obscurecem o livre exercício da discussão pública. A política não deveria ser um mero subsistema da sociedade, mas a sede das autênticas decisões colectivas. A ideia de que as instituições democráticas não gozam de um dispositivo automático que garanta a sua renovação mantém-se; por isso devem ser alimentadas por um impulso cívico sempre renovado.É preciso recuperar a dimensão das virtudes “cívicas”, implicar os cidadãos de forma crescente na gestão do público e potenciar o exercício dos seus direitos e obrigações, para isso requer-se que os cidadãos possam confiar na classe politica e nas virtudes do sistema sem drama nem quebra. Mas isto talvez exija, em primeiro lugar, que os partidos, sejam permeáveis às autenticas necessidades sociais, que sejam abertos, transparentes e responsáveis assim como os seus dirigentes; em segundo lugar, que se estabeleça um autentico espaço público de debate democrático e um estilo de governar sem arrogância nem sectarismo ou confrontações de tipo Abel versus Caim. A cidadania reclama uma democracia de qualidade.

Neste ponto saliento a ligação da democracia a Liberdade e a Igualdade. Verdadeiramente, só se pode apostar na democracia e nos valores cívicos levando a sério estes princípios. Tratar-se-á de fazer com que a Igualdade e a Liberdade se reconheçam não apenas pelo modo formal mas numa prática efectiva. Porque é no âmbito da cidadania democrática que estes princípios são, em definitivo os únicos em que os seres humanos aparecem explicitamente como iguais.

Escola de Atenas: Pintura Mural de Rafael

quarta-feira, fevereiro 20, 2008

BANCA LUCRA 5,5 MILHÕES POR DIA

AINDA GOSTAVA DE SABER O MOTIVO PELO QUAL ESTES SENHORES ANDAM SEMPRE A RIR...OU DE QUEM SE ESTÃO A RIR ?












É surrealista o título desta postagem, como é surrealista a informação donde o título foi extraído: de um vespertino de hoje, dia 20/2/2008, quando passava por um quiosque de imprensa.

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

A TELEVISÃO VISTA POR EL ROTO

O riso põe à luz a natureza humana e fa-lo com uma vivacidade que não admite réplica nem vacilação: a condição mais recôndita manifesta-se. O angelismo tradicional dá lugar a uma complexa visão do homem. O riso é o choque perpetuo de dois infinitos: miséria absoluta e grandeza, não menos absoluta. São precisamente estes dois pontos que encontro na obra deste desenhador , El ROTO do jornal El Pais cujos desenhos valem tanto como um editorial... (Uma selecção sobre como ele vê a televisão)

A televisão é magnífica para emagrecer estive a vê-la uma série de horas e perdi três quilos de massa cerebral.

TV

Doi-me a cabeça, mas foi vista por um técnico de televisão e disse-me que não tinha nada.

A propaganda cria a realidade.



Pois claro que o mundo se pode melhorar é tudo questão de adicionar-lhe pixels.

Se pulso o comando à distância, toca-me o telefone. Se uso o telemóvel acende-se a televisão, e se apago a televisão liga-se o rádio. E todos da mesma empresa!


Que divertido vão voltar a dar a guerra do golfo!

Só temos existência quando saímos na televisão.

As crianças que se alimentam de televisão criam-se sãs e robustas.
Mamã, Mamã!? que programa temos para lanchar?

Atenção para ver a realidade parta a televisão.


Carlitos o mundo não é um video jogo

mentira! Sim que é !

Os homens clonamo-los pela televisão.


Por uns instantes pensei que a realidade podia não ser como cremos, afortunadamente logo recuperei a programação!

domingo, fevereiro 10, 2008

CRENÇAS



As crenças políticas como as religiões, suscitam entre os seus seguidores três posturas ou atitudes. A primeiro , moderada ou razoável. Respeitam e ajudam , si precisarem , a quem não aceite a sua crença: não discriminam aos dissidentes. Na segunda, a sua adesão têm doses de obstinação, não reconhecem o positivo de quem segue outras crenças e usam formas de proselitismo pouco dignas com os rácios. A crença anunciada não é examinada criticamente; as mudanças que sobrevivem depois de formuladas servem para confirmar a adesão que merece qualificar de recalcitrante. A terceira é a obcecada. As demais crenças são tão recusaveis por erradas que merecem ser desprezadas. Todos os meios, incluídos os reconhecidamente qualificados de irracionais e desumanos são admitidos para combater as demais.
Este esboço de classificação de atitudes não pretende retratar o que pessoas ou grupos fazemos: pretende refletir sobre o frequente e perturbador que é na vida deixar-se levar da atitude razoável para a obstinada e ou obcecada. E, pretende reflectir como as obstinações e obsessões estão na origem dos fanatismos e da muita irracionalidade existente por influência do temperamental .

sexta-feira, fevereiro 08, 2008

DISTINÇÕES E NOMEAÇÕES

Os Blogs CVALENTE e BEZZBLOGGER tiveram a amabilidade de distinguirem os ECOS E COMENTÁRIOS, respectivamente com os seguintes títulos digitais.





Para dar continuidade a esta cadeia será difícil fazer escolhas, assim proponho , estas mesmas distinções PARA TODOS os blogs por quem tenho o privilégio de ser visitado e comentado, o favor, se assim o entenderem, de levarem estes distintivos porque eles a vós os devo e merecem.

Informo ainda que o Ecos e Comentários está nomeado, para o mês de Fevereiro, com outros dois blogs, SIDADANIA e AFRICA MINHA; para o prémio "Cegueira Lusa", promovido pelo blog com o mesmo nome.


quarta-feira, fevereiro 06, 2008

SEM COMENTÁRIOS



Este vídeo passava há algum tempo na net, a amiga que o enviou (MQJMM) acompanhava-o com o seguinte comentário:


“...no me puedo creer que quepa tanta estupidez en un solo país. Ved este video”.

...as imagens falam por si!

segunda-feira, fevereiro 04, 2008

MAIS OUTRO CARNAVAL







Há quem afirme que o Carnaval teve origem na cultura greco-romana por existirem coincidências entre esta festa e certas manifestações culturais semelhantes no mundo clássico. Alguns dizem ser falsa a ideia segundo a qual o Carnaval procede das Saturnais (festas em honra de Saturno). A nota principal destas festas era a inversão do papel das classes sociais. Os servos mandavam nos seus senhores e estes obedeciam alegremente aos seus criados. Outros remontam a origem do carnaval às celebrações Dionisíacas ou aos bacanais dionisíacos gregos, e outros ainda às romanas Lupercais e às calendas de Inverno. Alguns filólogos, também especularam sobre a origem da peculiar festa, mas partindo da etimologia da palavra Carnaval. Como fenómeno social devidamente codificado, o Carnaval, foi a partir da Idade Média uma festa que estruturava um dos eixos da cultura popular. Ao ser dotado de uma densidade simbólica sem outro modelo paralelo, é imprescindível entendê-lo, para quem queira “conhecer” a cosmo visão das classes populares de então. Porque o Carnaval, além de formar um conjunto de ritos e usos mais ou menos estandardizados, era então o expoente dos temores e aspirações do imaginário colectivo da sociedade medieval e era uma arma simbólica contra as injustiças, a desigualdade o terror e uma aposta por um ideal utópico. Até certo ponto o Carnaval era uma peça indispensável no equilíbrio social do jogo de tensões entre as classes dominantes e as dominadas e não era em vão que ambas as classes viam nesta festa uma saudável libertação das tensões sociais latentes e o antídoto às confrontações abertas, pela deslocação dos problemas para o plano do jogo e da representação simbólica.

Na actualidade a política, tornou-se numa contínua liturgia carnavalesca. Ao povo, como sempre, está destinado o papel de bobo. Os partidos e (alguns) governantes transformam-se em meras representações de carácter simbólico, de interesses obscuros que em nada servem os de quem afiguram.

Ao invés, na Idade Média a liturgia carnavalesca além de ter um calendário próprio supunha ainda alterar os aspectos básicos em que se fundamentava a vida, a ordem, a austeridade, a fome e a capa ideológico-religiosa. Tratava-se de uma exortação, nomeadamente naquelas áreas que eram mais objecto de gozo, como o corpo, as relações sociais, a ordem jurídica e eclesiástica, a decomposição, a morte e o nascimento, as hierarquias sociais, o pecado e o delito, tudo isto era submetido a esse escárnio grotesco como forma de fazer todo o confronto muito mais leve...O problema era o dia seguinte tal como na actualidade!

Ps. este texto já foi publicado o ano passado.