quarta-feira, setembro 16, 2009

A DRª. MANUELA FERREIRA LEITE


Para quem conhece um pouco Portugal e o seu espírito cultural, o cenário das eleições é sempre uma das maiores manifestações de folclore pátrio e um retrato fidedigno do país e daquilo que não deve de ser a política nem os políticos. Especialmente estes, já que o país e as populações vivem dos seus caprichos de “governar” durante quatro anos, mas que na prática se reduzem aos dois meses que precedem qualquer acto eleitoral, pois é nesse período que o “desenvolvimento” e a construção das estruturas que o país, os concelhos e as terras precisam, são feitos. Triste do país que vive segundo este critério de ideias. Portugal é assim. A sua cultura de desenvolvimento é padronizada segundo os anos bissextos, num período de dois meses. Mas o mais interessante é verificar muita da argumentação utilizada.
Sou defensor da ligação Lisboa Madrid em TGV, não só pelo que representa este tipo de ligação (pouco mais de duas horas) com a capital Espanhola, mas pela possibilidade que dá na circulação rápida de pessoas e bens a preços muito aliciantes, tanto para ibéricos (portugueses e espanhóis) como para os estrangeiros visitantes de um e outro país. Há falta de argumentação e de ideias realmente válidas, a Dr.ª. Manuela F. Leite afirma que “iria suspender este projecto”, considerado unanimemente como estruturante para o nosso País e a Península Ibérica, mas a dita Sr.ª. disse ainda qualquer coisa como “Portugal não é nenhuma província espanhola e a Espanha não deve de interferir na política portuguesa”. Bem, se o ridículo fosse um desses vírus com que nos atemorizam a cada momento, não tenho duvidas que Portugal seria um caso muito sério de saúde pública. Mesmo assim desconfio da água que bebe boa parte dos nossos políticos. A Dr.ª Ferreira Leite, há falta de argumentação e ideias para Portugal, por muito utópicas que fossem, usa em campanha, o nome de um país, como o qual temos as melhores relações. Portugal é um região periférica, com uma população maioritariamente conservadora, carente e pouco ilustrada, onde a propaganda barata e atávica em tempo de eleições arrebata os mais crédulos e continua a fazer os estragos que há muito padecemos, no País do "LEVANTAI HOJE DE NOVO". É estranho e sinistro que em pleno século XXI, em Portugal possa haver líderes que apenas para caçarem votos utilizem o medo de fantasmas salazarentos, há muito supostamente afastados, de um povo que quer modernizar-se e viver de forma mais culta e ser verdadeiramente Europeu, como merece.

Ver destaques no EL PAIS:

16/9/2009