quarta-feira, julho 25, 2007

XIXI E DESENVOLVIMENTO LOCAL


Finalmente o problema dos sanitários públicos está resolvido. Graças às intervenções dos partidos políticos da oposição e das pessoas em geral que pressionaram a Câmara até à exaustão. Sabemos que a Câmara faz sempre as coisas que deve, como agora, por isso devemos aplaudir esta sua iniciativa. Soube ver e ouvir e, mais uma vez, com a sua atitude eleva a terra aos confins da galáxia como ESPAÇO QUE SABE RECEBER e é uma terra preparada nos mais elementares detalhes do quotidiano para quem nos visita. Antes em Alcobaça, os turistas eram obrigados a fazer um percurso de vários metros (nalguns casos centenas) para irem fazer as suas necessidades pelos cafés locais. Não havia casas de banho, nem no mosteiro, nem públicas municipais. A falta destes locais, mesmo no mosteiro (a pagar 4 euros e meio e declarado monumento Património da Humanidade), deve-se a uma feliz iniciativa concertada entre o IPPAR a CÂMARA MUNICIPAL e a ASSOCIAÇÃO DE COMERCIANTES LOCAIS, no sentido de elevarem “Alcobaça a Capital do Comércio”, numa iniciativa do programa SAPÊMTRUJA. O programa é simples e pioneiro em Portugal, porque incentiva as pessoas a participarem na vida económica do lugar, logo, no seu desenvolvimento sustentado. Neste caso, cabe aos comerciantes fornecerem as casas de banho públicas, porque os turistas ao terem necessidade de se aliviarem e sendo só eles a possuírem-nas, estes ao deslocarem-se aos estabelecimentos de restauração, acabam por comprar uma garrafa de água, beber um café ou comer um bolo da famosa pastelaria conventual em troca do alívio. A isto chama-se projecto configurador e desenvolvimento local sustentado. O programa é um êxito total. Por vezes é maior a bicha para as casas de banho, nalguns bares e pastelarias do que para tomar um café. A brilhante ideia veio dar um impulso enorme à restauração local e engendrou uma nova personagem urbana: o/a “TURISTA CHICHI ou TURISTA OBRADOR”. Sociologicamente falando é um potencial investidor que os agentes económicos perseguem. No caso de Alcobaça, pena são os velhotes de bengala, em cadeiras de rodas e os que têm incontinência que depois de saírem das camionetas esperam para entrar no mosteiro para se aliviarem, e tenham de sair a correr, atravessar o enorme deserto, para darem sem saber com as políticas turísticas de desenvolvimento local.

21 comentários:

Jobove - Reus disse...

gracias amigo por tus palabras, con relación a los wateres que salen en la foto, vete acostumbrando, aqui ya hace tiempo que se usan (tranquilo no se ve nada)

saludos desde Reus Catalunya

A. João Soares disse...

Uma medida muito interessante e útil. Oxalá não se avarie. Que não lhe falte água e não se entupa o esgoto!!!

ANTONIO DELGADO disse...

Amigo Té de la Maria la imagen es un montaje y pretende ser una critica a una realidad grave que se pasa en Alcobaça. No hay WC en el monasterio que es de pago y Patrimonio dela humanidad ni baños publicos...los turistas tienen que ir a los cafés en los alrededores.

Un abrazo
António

ANTONIO DELGADO disse...

Amigo A. João Soares,

Seria interessante que a imagem correspondesse à realidade mas infelizmente não é assim. Ela é uma das muitas montagens que faço para denunciar realidades incriveis e dificeis de acreditar em Alcobaça. Nada do que ve existe a não ser o fundo com o mosteiro e pessoas. O que se passa com as casas de banho num mosteiro que é pago e é património da humanidade é vergonoso como é vergonhoso a camara não ter casas de banho nos arredores para os turista que visitam a terra. Este facto devia de ser denunciado na imprensa Nacional...Uma verdadeira vergonha que em nada abona Alcobaça.

Um abraço
António

Jobove - Reus disse...

tambien teneis alcaldes del PP, en todas las casas hay una oveja negra, dales caña que son pocos y cobardes

saludos y a tu disposición para lo que convenga, tu amigo de Reus Catalunya

francisco t paiva disse...

Viva a indústria dos plásticos! É obrar, caros amigos, ainda à borla!

Meg disse...

Caro amigo,
Venho retribuir e agradecer a sua visita. Ao mesmo tempo conhecer este espaço. Mais um em que entrei e de que gostei francamente.
Do post de hoje, tenho pena que a realidade esteja aquem das necessidades... A Alcobaça que eu conheço, merecia mais atenção. E com esse Mosteiro, ainda para mais...
Um abraço

Jorge Casal disse...

Fiquei estupefacto com esta postagem. Alcobaça «cidade», Mosteiro «património da Humanidade», uma das «7 Maravilhas» de Portugal, «Pólo do Comércio» (ou lá o que é que o presidente pensa proclamar, que até me esqueci)… e sem uma casa de banho pública. O presidente da Câmara e o conservador do Museu, se tivessem pudor, deviam sair à rua com um trapo na cara. Para estes promotores do património nacional o que conta é o número de pessoas que sobe e desde as escadarias ou deambulam pelas ruas, a que chamam «animação urbana» - sem pensar no mínimo do conforto que é uma casa de banho pública.. Sirvam-se das casas de banho das pastelarias, dos cafés ou das casas particulares… como há cem anos. Quem não quiser pagar uma bica por esse serviço procure uma parede, esconda-se atrás duma árvore (prevenido com papel higiénico trazido de casa). Uma vergonha. Só por isso Alcobaça mereceria ser classificada como uma das «7 Aberrações» deste país.

Ema Pires disse...

Olá António,
Alguma vez amigos estrangeiros falaram-me desta questão quando recentemente visitaram Alcobaça e nao queria acreditar. O que referes no post é absolutamente inédito e muito curioso num pais que preside a Comunidade Europeia. Por isso não quero afirmar que essa realidade seja de um lugar com governantes com mentalidade terceiro mundista, mas acho vergonhoso e humilhante para quem visita esse belo monumento e a cidade se assim se pode chamar. Nao sei como pode estar num monumento desses sem casas de banho. Vai contra qualquer regulamento nacional e da CE, mas isso parace que nao importa a ninguém, enquanto o presidentes dessa terra como afirmas-te, poder andar a falar por telefone, nao é?
Mas como dizes, pelo menos activa o comércio local!

ANTONIO DELGADO disse...

Ola Paiva, sejas bem aparecido...pois sim! um abraço

ANTONIO DELGADO disse...

Amiga Meg,

Obrigado pela sua visita e pelas palavras de agrado. Este espaço por vezes é monografio mas não deixa de ser um retrato daquilo é, a nivel local, Portugal no seu melhor. E como esta terra que podera ser de excelencia, é tratado, pelas entidades competentes. Sobretudo por ser um espaço animado essencialmente pelo turismo.


Cordialmente
António Delgado

ANTONIO DELGADO disse...

Estimado Jorge Casal,

é mesmo assim como dizes uma vergonha. Coisa que nessa terra parece não haver. Depois as boas e pacientes pessoas de Alcobaça toleram tudo e os resultados estão à vista. Há ainda uns cubos de plastico no meio do terreiro em frente ao mosteiro que não sei se são espaços para obrar no interior?

O que posso dizer é que a realidade ultrapassa a ficção...É mesmo Alcobaça no seu melhor!

Um abraço
António

Anónimo disse...

O sentido público no seu melhor. Os monges na sapiência e apropriação do lugar escolheram o Baça para despejo das bacias, vulgo penicos.
Agora percebe-se porque já estão rebentados os cubolitos... algum aflito que procurou reserva para largar presente.
Maravilhas... pérolas!

just4fun

Jorge P. Guedes disse...

Caro António:

de cada vez que aqui venho saio mais enriquecido de conhecimentos sobre o que uma verdadeira e SAPiente política pode fazer em prol de uma terra portuguesa.
Desta vez somos brindados com um tratado de DRC, ou seja, Desenvolvimento Regional Concertado.
Tome um café, mije no café! Um slogan espectacular que a sapiência do máximo dirigente local colocou ao serviço do turismo e que a restauração acolheu de braços e retretes abertas.
Não se prenda, alivie-se num café de Alcobaça e contribua para o progresso da cidade. E tudo com a maior higiene proporcionada por
"Sanitários Sapinho - penicos, retretes, mijatórios e outros monumentos de interesse público afins", uma empresa em crescimento acelerado.

Um abraço e "boas mijas".

António Inglês disse...

Olá António

Deve se interessante um slogan publicitário turístico de Alcobaça do género:

"""Aviso aos Talibans, agora não precisam de fazer o vosso "xixi" nas paredes do Mosteiro, poderão fazê-lo nos urinóis que instalámos no meio do deserto que ali implantámos para que se sintam verdadeiramente em casa.
Informamos ainda que as necessidades serão efectuadas ao ar livre para uma melhor difusão de gases e para que disfrutem de uma vista privilegiada. Poderão escolher vistas para o Mosteiro ou para a Cidade, mediante inscrição prévia."""
Mais a sério, é uma vergonha que estas situações se repitam ao longo dos anos. E é o Mosteiro uma das sete maravilhas de Portugal.
Um abraço
José Gonçalves

Zé Povinho disse...

É de facto uma vergonha não só para Alcobaça mas também para o Património. Cuidem-se no entanto, porque hoje mesmo fui ao Palácio da Pena e reparei que saía água pelas paredes das instalações sanitárias pelo que o chão estava enxarcado. Pelos vistos a senhora ministra não tem tempo para acudir a instalações sanitárias, nem sequer nestas duas Maravilhas de Portugal. E na Torre de Belém?
Por hoje basta de sanitários que começa a cheirar mal.
Não sei se fui só eu, mas nos últimos dias não consegui abrir este blog, nem sequer para agradecer convenientemente a distinção.
Abraço

Anónimo disse...

Caríssimo António.
Estive hoje a vasculhar o "Ecos e Comentários" e não me apareceu nenhuma postagem. Conclui então que o tivesse deletado, para nossa tristeza e orfandade.(Ainda bem que voltou)
Em relação a postagem sem dúvida eu não conseguiria me "aliviar o joelho" assim na frente de uma catedral e sob os olhares de transeuntes.
Mas há quem consiga, não?

Abraços

Unknown disse...

Una fotografia molt il.lustrativa! Urinaris públic i Catedral fan un cóctel interessant!

ANTONIO DELGADO disse...

Estimada Claudia o seu blog que já visitei e também gostei imenso vai estar anexado ao meu blog.

Cordialmente
António Delgado

Al Cardoso disse...

Muito bem pensado, mais com pouca privacidade!!! Digo eu que entendi a ideia!!!

a d´almeida nunes disse...

Continuamos na mesma. Desfazem-se em requalificações e esquecem-se duma coisa tão básica como é o caso dos WC que, admiração geral, antigamente, não faltavam.
Então e o deserto em que transformaram o largo do Mosteiro, que é que estão a pensar fazer? Para já camelos a vaguear ao Sol andam por lá alguns e até em caravana!
Fiat voluntas tua. Não há mais nada a fazer?!