O texto que vão ler foi escrito há dez anos em Itália quando estive a viver, um largo periodo, fora de Portugal. Certo conteúdo tem um tempo histórico por isso agradeço a vossa compreensão. Como ideia foi publicado no Jornal Região de Cister em 1998, na coluna ECOS E COMENTÁRIOS. Hoje recordo-o no blog que passou a ter a designação da antiga coluna de opinião num dia de importância maior para os portugueses: o 25 de Abril mas também a memória do general Humberto Delgado a quem todos os Alcobacenses se vão orgulhar para sempre de o terem acolhido na sua terra.
Tive conhecimento da sentença da câmara dos lordes, sobre o caso de Pinochet no quarto de um hotel onde me encontrava e onde acabei por escrever esta missiva. Para meu contentamento, e para o de milhões de almas em todo o mundo, os ditadores, tiranos e assassinos de Estado, a partir de (25/11/98) muito terão que pensar antes de sair do seu couto, onde impunemente exercem com deleite os seus prazeres de carnificina; os seus colaboradores estão igualmente abrangidos por este direito para bem da humanidade.
Ao ouvir a noticia lembrei-me do triste caso português da ditadura de Salazar e o assassino de Humberto Delgado e sua secretária. Espero que esta lufada de ar fresco, que representa a decisão do supremo tribunal inglês para a ordem jurídica internacional sobre quem pratique crimes contra a humanidade e os direitos humanos, como genocídio, terrorismo, assassinato, tortura e sequestro, seja pretexto para que a todos os oprimidos se lhes seja feita justiça e reconhecida a sua liberdade e o direito de expressarem a sua cidadania, sem temores de qualquer espécie, contra todo o tipo de ditadura religiosa, politica ou as duas em conluio.
Por outra parte que ela seja o caminho aberto para a extradição por parte de Espanha para Portugal do agente da P.I.D.E., e assassino, Rosa Casaco, onde goza de todos os direitos de liberdade. Este a pesar de não ser ditador era o responsável de uma estrutura que os apoiava por isso é igualmente imputado de praticar assassínio, sequestro, terrorismo, e crimes contra os direitos humanos, que cometeu em Portugal e fora, contra a esperança de milhões de portugueses e da sua liberdade. Este sujeito, é responsável pela desolação, dor e angustia, infligidas a um povo e cujas consequências ainda hoje são difíceis de aquilatar. Mas mais difíceis de esquecer para quem sobretudo as sofreu directamente. Faço votos para que a imprensa regional e sobretudo este jornal seja sempre arauto desta questão enquanto necessária, e de todas aquelas relacionadas com a justiça direitos e liberdades das gentes da região de Alcobaça, Nazaré, e de qualquer lugar onde tenham necessidade de expressão.
Faço igualmente votos para que os alcobacenses em colectivo dêem mostras cívicas a favor da extradição de Rosa Casaco, para ser devolvido ao país, e para apoiarem a justiça para que julgue um assassino que matou um sonho de Portugal e um dos filhos adoptivos mais queridos que Alcobaça se orgulha de ter.
Neste sentido dirijo-me também à câmara e seu presidente, que como representante máximo do povo alcobacenses, inicie este processo, para a defesa da memória deste filho adoptivo da terra, não só à luz do novo direito internacional que se perfila, mas também por ser uma questão que a história pede, a democracia exige, e os afectados imploram, especialmente os familiares, mas também todos aqueles que pertencem à família democrática como o povo da região de Alcobaça. Que os partidos locais se unam em força, nesta questão porque o assunto é supra partidário e diz respeito às liberdades de todos. Que o cidadão Arnaldo Rebelo que por coincidência é deputado leve o caso à Assembleia da Republica mas que não partidarize o assunto. Na minha qualidade de simples cidadão, fica desde já expresso publicamente o meu apoio a esta causa humana.
Ao ouvir a noticia lembrei-me do triste caso português da ditadura de Salazar e o assassino de Humberto Delgado e sua secretária. Espero que esta lufada de ar fresco, que representa a decisão do supremo tribunal inglês para a ordem jurídica internacional sobre quem pratique crimes contra a humanidade e os direitos humanos, como genocídio, terrorismo, assassinato, tortura e sequestro, seja pretexto para que a todos os oprimidos se lhes seja feita justiça e reconhecida a sua liberdade e o direito de expressarem a sua cidadania, sem temores de qualquer espécie, contra todo o tipo de ditadura religiosa, politica ou as duas em conluio.
Por outra parte que ela seja o caminho aberto para a extradição por parte de Espanha para Portugal do agente da P.I.D.E., e assassino, Rosa Casaco, onde goza de todos os direitos de liberdade. Este a pesar de não ser ditador era o responsável de uma estrutura que os apoiava por isso é igualmente imputado de praticar assassínio, sequestro, terrorismo, e crimes contra os direitos humanos, que cometeu em Portugal e fora, contra a esperança de milhões de portugueses e da sua liberdade. Este sujeito, é responsável pela desolação, dor e angustia, infligidas a um povo e cujas consequências ainda hoje são difíceis de aquilatar. Mas mais difíceis de esquecer para quem sobretudo as sofreu directamente. Faço votos para que a imprensa regional e sobretudo este jornal seja sempre arauto desta questão enquanto necessária, e de todas aquelas relacionadas com a justiça direitos e liberdades das gentes da região de Alcobaça, Nazaré, e de qualquer lugar onde tenham necessidade de expressão.
Faço igualmente votos para que os alcobacenses em colectivo dêem mostras cívicas a favor da extradição de Rosa Casaco, para ser devolvido ao país, e para apoiarem a justiça para que julgue um assassino que matou um sonho de Portugal e um dos filhos adoptivos mais queridos que Alcobaça se orgulha de ter.
Neste sentido dirijo-me também à câmara e seu presidente, que como representante máximo do povo alcobacenses, inicie este processo, para a defesa da memória deste filho adoptivo da terra, não só à luz do novo direito internacional que se perfila, mas também por ser uma questão que a história pede, a democracia exige, e os afectados imploram, especialmente os familiares, mas também todos aqueles que pertencem à família democrática como o povo da região de Alcobaça. Que os partidos locais se unam em força, nesta questão porque o assunto é supra partidário e diz respeito às liberdades de todos. Que o cidadão Arnaldo Rebelo que por coincidência é deputado leve o caso à Assembleia da Republica mas que não partidarize o assunto. Na minha qualidade de simples cidadão, fica desde já expresso publicamente o meu apoio a esta causa humana.
Recordo igualmente, neste dia, outro exemplo para a nossa vida em comum: O Júlio Sebastião. Este homem destacou-se na luta pelos interesses da região Oeste e sobretudo dos seus agricultores. A ele se deve entre outras coisas a isenção de pagamento de Portagens na A.8 em toda essa região, por achar que seria a via que tornaria menos oneroso o escoamento dos produtos dessa região, especialmente os agrícolas. Este cidadão simples que era também agricultor, acabou por falecer ingloriamente num estranho acidente de trabalho. Para que a sua memória perdure, bem como a luz do seu exemplo , seria da maior justiça a zona do Oeste homenagear este homem , pelo que fez em prol da região da qual era um dos seus genuínos filhos.
20 comentários:
Excelente reportage, he conocido cosas que ignoraba. Felicitaciones y a seguir adelante
Gracias por tuas amables palabras ... hoy es un dia muy especial en Portugal!
Bsos.
António
gostei do texto e gostei de conhecer a história do Júlio Sebastião.
Como sempre, fiquei mais rica ao ler a postagem.
Gostava muito que ainda houvesse, nos portugueses, o sentimento e o espirito que nos trouxe o 25 de Abril.
As grandes lutas que se travaram antes e de que poucos falam, as perseguições politicas e a grande importância que tiveram os universitários na luta contra o regime, enfrentando a censura.
Hoje, temos a mesma censura mas encoberta e uma juventude menos atenta.
Mas enquanto houver uma voz que recorde os horrores da ditadura o 25 de Abril será recordado com respeito e gratidão.
Passe um bom dia de liberdade e receba daqui o cravo que lhe mando
um beijo
Lúcia
gostei do texto e gostei de conhecer a história do Júlio Sebastião.
Como sempre, fiquei mais rica ao ler a postagem.
Gostava muito que ainda houvesse, nos portugueses, o sentimento e o espirito que nos trouxe o 25 de Abril.
As grandes lutas que se travaram antes e de que poucos falam, as perseguições politicas e a grande importância que tiveram os universitários na luta contra o regime, enfrentando a censura.
Hoje, temos a mesma censura mas encoberta e uma juventude menos atenta.
Mas enquanto houver uma voz que recorde os horrores da ditadura o 25 de Abril será recordado com respeito e gratidão.
Passe um bom dia de liberdade e receba daqui o cravo que lhe mando
um beijo
Lúcia
Saludos desde España en este día tan señalado.
Viva la libertad.
Um excelente testemunho.
Venho deixar-te um rubro cravo de Abril com aroma de Liberdade.
Mil beijinhossss
Engraçado ouvir aqui a canção, com imagens, que escolhi para colocar no meu espaço hoje!
Interessante o texto e as fotos.
Que a liberdade de Abril o acompanhe sempre!
Feliz fim de semana prolongado.
Embora marcado por uma época, o teu texto é perfeitamente actual.
Somos um povo de "brandos costumes"... isso deve explicar por que muitos responsáveis por crimes ficaram impunes.
Bfs, abraço.
A primeira revoluçao sem mortos e sem tiros e com cravos. Creio que foi a única no mundo. Diz muito a favor do povo português, pacífico e romântico.
Beijinhos
António Delgado
Recordar os que caíram lutando,
pedir justiça para quem não foi justo,
acreditar que os ideais têm mais força que a morte,
é ser grande concerteza.
Abraço
É sempre útil recordar os factos e os personagens, porque a memória é fraca e a História recente ainda não está escrita, pelo que muitos a desconhecem.
Cumps
O 25 de Abril foi um acto muito ousado e necessário. Mas foi um acto ingénuo sem uma cuidada preparação que garantisse um rumo seguro nos dias seguintes. À esperança sucedeu-se o receio do que viria, e vieram nuvens e sombras, invejas e perseguições que destruíram o que havia de mais válido no País.
A passagem mais esclarecedora ocorreu na Suécia quando Otelo visitou o PM Olof Palm. Para lhe mostrar que estávamos no bom caminho para o socialismo, disse-lhe «estamos a acabar com os ricos», ao que Olof Palm respondeu «nós estamos a procurar acabar com os pobres mas temos tido muitas dificuldades». Isto mostra a preocupação de nivelar por baixo arrastando tudo e todos para a mediocridade em vez de procurar a meritocracia. Os brandos costumes deixaram que tudo escorresse para o mar como a água, sem ter sido utilizado em pleno para a felicidade dos portugueses. E hoje, passados tantos anos, ainda estamos a ser governados por medíocres que não sabem pensar antes de decidir e fazem mais recuos do que avanços.
Abraço
A. João Soares
Um texto que dá prazer ler, uma homenagem e uma lembrança de causas que continuam actuais. Nestes dias, todos atentos, que o sejamos todo o ano, que as datas se recordem e os dias se vivam na mesma luta e na mesma intensidade. Um abraço.
A História faz-nos compreender as grandes mudanças sociais ocorridas neste planeta, e é a espinha dorsal da nossa Cultura. Não há acontecimentos menores nem protagonistas de segunda linha, há acontecimentos que marcam épocas e regiões.
Um abraço em Liberdade do Zé
António Delgado
Bem haja quem recorde os que não devem ser esquecidos. Bem haja quem recorde uma data que significa liberdade e esperança. Que importa que morram algumas ilusões se não desistirmos de lutar por aquilo em que acreditamos?
Publiquei, a convite, um post no SIDADANIA sobre o estigma. Ficarei feliz se puder contar com um comentário teu.
Abraço
Quando vemos apagar deliberadamente da história aquilo que não foram os cravos do 25 de Abril, percebemos porque é que os nossos jovens não sabem nada desta Revolução. É porque nós não conseguimos contar-lhes. A boca fecha-se aos mais velhos quando vêem só elogios a Otelo e ninguém fala de quando queria meter a oposição no Campo Pequeno para os fuzilar.
A boca fecha-se quando recordamos um primeiro ministro louco, atirando cravos para o ar na Amadora e dizendo que não precisávamos de letrados para nada.
Esta Revolução custou muito, doeu muito a muita gente, para que se transformasse numa democracia, pois a vontade de muitos era de nova e pior ditadura.
E a voz de Zeca Afonso continua hoje actual:
«O que faz falta é avisar a malta»
Mas que texto fantástico e... embora se tenham passados 10 anos... tão actual!
Parabéns e... beijo Livre , no teu coração!!!
(*)
Que Abril permaneça Sempre nos nossos corações.
Viva o 25 de Abril! Viva a Liberdade!
Um Abraço Fraterno e Livre... Maio está a chegar...
Apesar de tantas coisas ruins que vivemos, ainda temos grandes homens, capazes de grandes feitos!
Estava sem net e agora passo pra te desejar uma boa semana.
Um beijinho
¡Hola!
La revolución de los claveles fue un hecho sin muchos precedentes en la historia.
Un movimiento pacífico liderado por militares de cuadros medios, capitanes y tenientes, con ánimos de justicia social apoyados por un pueblo deseoso de salir del estado en que se encontraba.
Uno de sus lemas fue:
Raices de la Revolución = Fuerzas Armadas
Semilla = Socialismo
Flor = Libertad
Fruto = Democracia
Aquí en Venezuela, la gran colonia portuguesa celebran ese día con gran emoción.
Un saludo desde el otro lado del charco
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