domingo, maio 04, 2008

SER PORTUGUÊS ...É SER O MAIOR!!!




Recebi por mail o texto que forma parte da postagem e está destacado a cor . O texto fez-me recordar uma antiga crónica da revista K e é com algumas imagens dela que ilustro a postagem. (Revista K Agosto de 1992)





SER POSTUGUÊS...É SER O MAIOR!!!

Levar o arroz de frango para a praia.
Guardar aquelas cuecas velhas, para polir o carro.
Criticar o governo local, mas jamais se queixar oficialmente.
Ladie's night à quinta.
Ter tido a última grande vitória militar em "1385".
Enfeitar as estantes da sala com as prendas do casamento.
Guiar como um maníaco e ninguém se importar com isso.
Viajar pró quinto dos infernos e encontrar outro Tuga no restaurante.
Ter folclore estudantil anual por causa das propinas.
Ninguém saber nada do nosso país, excepto os Brasileiros e os Espanhóis, que gozam dele.
Levar a vida mais relaxada da Europa, mesmo sendo os últimos de todas as listas.
Ter sempre marisco, tremoços e álcool, anualmente, a preços de saldo.
Receber visitas e ir logo mostrar a casa toda.
Dar os máximos durante 10 km, para avisar os outros condutores da polícia adiante.
Ter o resto do mundo a pensar que Portugal é uma província espanhola.
Exigir que lhe chamem "Doutor", mesmo sendo um Zé-ninguém.Exigir que o tratem por Sr. Engenheiro, mas não tratar ninguém com outras profissões por Sr. Pintor, Sr. Economista, Sr. Contabilista, Sra. Secretária, Sr. Canalizador, Sra. Cabeleireira, Sr. Primeiro-ministro, etc.
Passar o domingo no shopping.
Tirar a cera dos ouvidos com a chave do carro ou com a tampa da esferográfica.
Axaxinar o Portuguex ao eskrever.
Gastar 50 mil euros no Mercedes C220 cdi, mas não comprar o kit mãos-livres, porque "é caro".
Ir à aldeia todos os fins-de-semana visitar os pais ou os avós.
Gravar os "donos da bola".

Ter diariamente, pelo menos 8 telenovelas brasileiras e 2 imitações rascas da TVI na televisão.
Já ter "ido à bruxa".
Filhos baptizados e de catecismo na mão, mas nunca pôr os pés na igreja.
Ir de carro para todo o lado, aconteça o que acontecer, e, pelo menos, a 500 metros de casa.
Lavar o carro na fonte, ao domingo.
Não ser racista, mas abrir uma excepção com os ciganos.
Levar com as piadas dos brasileiros, mas só saber fazer piadas dos alentejanos e dos pretos.
Ainda ter uma mãe ou avó que se veste de luto.
Ser mal atendido num serviço, ficar lixado da vida, mas não reclamar por escrito "porque não se quer aborrecer".
Dizer mal dos militares, mas adorar o cravo na G3 e o feriado do 25 de Abril.
Falar mal do Governo eleito e esquecer-se que votou nele.
Viver em casa dos pais até aos 30 anos.
Na terceira idade, pendurar o guarda-chuva nas costas.
Acender o cigarro a qualquer hora e em qualquer lugar, sem quaisquer preocupações.
Ter pelo menos duas camisas traficadas da Lacoste e uma da Tommy (de cor amarelo-canário e azul-cueca).
No restaurante, largar o puto de 4 anos aos berros e a correr como um louco, a incomodar os restantes Tugas.
Ter bigode e ser baixinho(a).
Conduzir sempre pela faixa da esquerda da auto-estrada (a da direita é para os camiões).
Ter o colete reflector no banco do passageiro.
Pendurar o CD no retrovisor, para "enganar o radar".
Ter três telemóveis.
Jurar não comprar azeite Espanhol, nem morto, apesar da maioria do azeite vendido em Portugal ser Espanhol.
Organizar jogos de futebol de solteiros contra casados.
Ir à bola, comprar "prá geral" e saltar "prá central".
Gastar uma fortuna no telemóvel mas pensar duas vezes antes de ir ao dentista.
Cometer 3 infracções ao código da estrada, por quilómetro percorrido!!!

16 comentários:

Anónimo disse...

Sem tirar nem pôr... Eis a triste sina de ser português... Felizmente, muitos lutamos contra a corrente.
Um Abraço e Boa Semana

Ema Pires disse...

Olá querido António,
Que magnífica observação. Seria cómico se não fosse a triste realidade. Eu que vivo em Espanha mas que também vivo por períodos em Portugal, estou absolutamente de acordo contigo. Além disso, seria preciso também acrescentar que ultimamente há no ambiente como uma espécie de racismo contra os Espanhóis. Tenho um carro com matrícula espanhola e posso dizer que às vezes sinto mesmo agressividade no ar. Coisa que não passava há uns anos para trás.
Mas sobre o que tu dizes, os estrangeiros sempre repararam que em Portugal há o maior parque de carros de alta gama. Mas quando sai o condutor, vai com um palito na boca e veste uma dessas camisas com crocodilo, comprada na loja do chinês. É que o dinheiro não dá para tudo.
Muito boa observação. Nota-se a tua sensibilidade artística e muito certeira.
Beijinhos

Lúcia Duarte disse...

com grande pena minha, este é mesmo o retrato da maioria do povo português.
Gente que quer mostrar que é o que não é. Pretensiosos e arrogantes, com carrinhos bons, com um papelinho à frente a dizer "Dr Tal" e com o condutor a mandar o lixo pela janela.
Nem se aluga uma garagem porque o carrito tem de ser visto por toda a vizinhança.
e a esposa do dono do veiculo (que até é a mulher que menos entra nele)aparece a luzir com todo o ouro que foi comprando em prestações e a cheirar a uma mistura de suor com perfumes da loja dos 300 (porque a água está muito cara!).
Ah que triste imagem esta do nosso cantinho ainda de paz!

ANTONIO DELGADO disse...

Ludo!

E aquilo que se regista torna-se muito evidente para quem esteja fora de Portugal e só venha de tempos a tempos, como é o caso de do amigo que me enviou o mail. Também devo de referir que há progressos e não estou de acordo com alguns aspectos que se registam. Mas há ainda muita coisa a fazer. HOJE (5.5.2008) UM EDITORIAL DO PÚBLICO BEM PODE AJUDAR A ESTIMULAR A REFLEXÃO SOBRE TUDO ISTO. Um abraço fraterno.

ANTONIO DELGADO disse...

Olá Ema,

A analise em si é cómica mas não é da minha autoria, no entanto subscrevo grande parte das observações expressas e foi por isso que publiquei este mail do F.C.M.. Também deves de saber e desde que nos conhecemos e compartimos muitos experiências em Portugal, que tem havido algumas melhorias no entanto há muito por fazer e é ai que devemos de actuar. Não sou fatalista como o grupo " os Perdidos da Vida" onde pontificavam os brilhantes Eça de Queiroz e Ramalho Ortigão e foram eles os responsáveis de introduzir o desdém em relação ao nosso modo de ser , sem apresentarem alternativas . Eles são de algum modo responsáveis de nos criarem certo tipo de complexos,sobre a nossa condição, como muito bem observou Eduardo Lourenço em “ nós e a Europa”. No entanto reconheço que a picardia faz bem para despertar consciências e ver com acuidade a nossa condição e ve-la de forma realista ao espelho. Sobre o racismos e xenofobia,as duas actitudes existem em Portugal basta observar como muitas expressões do nosso linguarejar reflectem essas ideias:" trabalhar é bom para o preto", "trabalha que nem um mouro ou nem um galego". De uma pessoa que é má diz-se que é um " Judeu". As crianças traquinas e mal-educadas são apelidadas de " Rabinas". Os vigaristas e todos aqueles que vivem de expediente são designados por " ciganos" etc. Dos espanhóis há invejas muito grandes e eu sei quais são infelizmente! Quanto aos carros eles fazem parte da forma como os portugueses se mostram em publico. No entanto este procedimento é muito suspeito e estranho, quando, em Portugal os carros são dos mais caros que se vendem na Europa e temos as piores estradas além de sermos um dos países que vende os combustíveis aos preços mais elevados. Os nossos seguros automóveis são igualmente muito caros. Se comparar-mos tudo isto com base nos nossos salários que são dos mais baixos da CE...dá para pensar!

Beijo
António

ANTONIO DELGADO disse...

Viva Lúcia,

a postagem é parte de um rectrato onde muitas das coisas que foca eu subscrevo. Reconheço, no entanto,mudanças de hábitos mais cosmopolitas nos comportamentos dos Portugueses. Existem no entanto residuos de coisas que não tiveram tempo de amadurecer e a lucia aponta algumas. No que respeita às incivilidades quando se vai no carro eu ainda acrecentaria o seguinte: atirar cuspir e escarrar pela janela do carro e também para o chão. Atirar beatas de cigarros, latas e garrafas vazias de refrigerantes e de agua, queando se vai em viagem de automóvel...etc etc. .

Beijo
António Delgado

SILÊNCIO CULPADO disse...

António Almeida
Somos um povo vaidoso e tristemente tacanho.
A descrição, apesar de humorística, revela bem a nossa cltura e a nossa identidade.
Por algum motivo somos um país dos PIGS (PORTUGAL-ITALLY-GREECE-SPAIN).
Um texto com muita piada e sentido crítico.
Abraço

Ema Pires disse...

Esqueses-te desta: De Espanha nem bom vento nem bom casamento!
Mas também há pessoas magníficas em Portugal e gente boa. Eu tenho em Portugal excelentes amigos como tu sabes bem e gosto muito de vir a Portugal.
Mas a crítica é boa quando é construtiva, para fazer pensar e intentar limar defeitos. Penso que é um país muito mal governado. Os problemas começam por aí.
Beijinhos e até breve.

ANTONIO DELGADO disse...

Caro António Almeida ( Silêncio Culpado)

Somos um pouco tacanhos sim e uns tristonhos "fadeiros". A publicação deste mail deve-se unicamente ao seu sentido de humor e critica que em alguns aspectos subscrevo plenamente. Posso dizer que já foram dados passos em aspectos que eram verdadeiramente muito caricatos.

Um abraço
António

ANTONIO DELGADO disse...

Ema!

A essa frase só dá credo uma minoria e tem de se ver o nivel cultural . Há pessoas magníficas nos dois lados é pena os dois povos não se conhecerem melhor. Quanto ao governo as más governações são fruto de um problema estrutural...a nossa educação.

Bjs.
António

Arte e Liberdade disse...

Desacordo... completo!
Somos os piores.... pobresinhos. Nem ventoínhas na praia apesar de sermos os maiores na tua factura eléctrica...só lojas de bolas e bóias de plático! Nada de paellas botelhas y tablas en la areña de la playa al fin de semana... assadores nos pinhais próximos? Deves estar a falar dos espanhóis alredor Torre De Molinos por supuesto, por la Costa Verde e La Brava, quizá otras hombre!
Nada de gozos con nosotros... mantemos (com excepção dos expositores horizontais de óculos de sol) um tao chi caseiro enquanto durar até a relva chegar ao mar. Depois, os malfeitos passam, vestidos de monges, a servir tinto de veraño a "ataletas" a meter bolas em buracos, chiriguitos spa plazados aqui e por ayá.
Visto del aire lo verás, vá a ser tan bonito. Todo verde e azul. Nada de nada de odores y fumos ni tanpoco los tios con cañas de pescador (los piores del taoxi). Lo todo bordado por tablas sobre el blanco de las holas. Al alto, gaivotas gris.
Quê bonito vá a ser!

..párdon por mi muy péssimo Sancho Panza

Carilisve disse...

Hola António.
Obrigado pela visita a meu blog e pelo comentário.
Muy curiosa y graciosa la descripción que se hace del ciudadano portugués, muchas cosas me son familiares.
Viví casi 3 años en Galicia, a menos de 300 metros con la frontera con Portugal,de hecho se nos hacía mucho más fácil comprar los productos alimenticios en Oporto que en las ciudades gallegas.
Tango muchos amigos portugueses.
Aquí en Venezuela existe una gran colonia portuguesa y una gran mayoría entran en la descripción de "Ter bigode e ser baixinho".
Sin embargo, la percepción general del ciudadano portugués, aquí en Venezuela, es que son muy trabajadores y honrados.
Un gran saludo.

Zé Povinho disse...

Muitos dos aspectos descritos aqui são o retrato do Portugal que ainda temos. Civismo, respeito pelos outros e por nós próprios, ainda são áreas que é preciso melhorar, e muito.
Abraço do Zé

papagueno disse...

O verdadeiro tuga é assim mesmo.
Um abraço

Sandra Fonseca disse...

O texto é excelente. O bom humor e a capacidade de rir de nós mesmo, como pessoa e povo, é uma característica bem brasileira,e pode ser de qualquer um; mas uma saída inteligente, sem poupar a crítica severa.
O bom humor nos salva, à todos!
Adorei!
Um abraço.

francisco t paiva disse...

Boa malha!
:)