Victor Hugo presumia de nomear as coisas pelos seus nomes, sem rodeios como faziam os seus colegas e contemporâneos. "J’ai nommé le cochon par son nom". Chamar porco ao porco é admirável e, apesar de serem muitas as grandes plumas que se perderam por histórias difíceis, sem saída ou sentido, nos nossos dias é imprescindível que o pão seja pão e o vinho, vinho. A excepção à norma é um privilégio para quem governa. Certos governantes são grandes mestres do eufemismo e da dissimulação, assim como as suas alegres e insolventes companhias, algumas formando mesmo uma trupe sem precedentes no mundo do espectáculo, artistas singulares capazes de rir quando as circunstâncias requerem choros e incapazes de parar as lágrimas quando a dor a reclama e justifica.
Só a propaganda e o fatalismo mantêm alguns governantes na crista da onda e conservam uma incompreensível bula acrítica. Ninguém, nem o mesmo Goebbels, manejou com tanto garbo e mestria as artes da propaganda no não fazer nada como estes especialistas nas artes da ilusão. Iludem pelas barbas e pelas orelhas, e fazem-no com tanto aprumo e segurança, em atitude que parece de pessoas que nunca partiram um prato, ainda por cima com a maçadora insistência de parecerem capazes, para os incautos, de converter mentiras em verdades que resultam verosímeis para quem, na inércia do respeito, prima pelo poder estabelecido independentemente da sua cor e maneiras, como canon da incondicionalidade. Tudo isto a propósito de quem governa o município de Alcobaça.
A fatalidade é óbvia, cada terra tem o governo que merece e está claro que nós, consentidores e complacentes, devotos do mal menor e irresponsavelmente acríticos, temos caldeado um monstro que, rodeado de outros de condição parecida, integra um conjunto governativo que não brilha pelas ideias e objectivos concretos para o povo do concelho de Alcobaça. Um grupo, além de enganoso, anda distante da realidade, e é incumpridor de quase tudo quanto promete. No entanto dispõe-se a aceitar os lances do jogo que lhe são apresentados pelo imprevisto e as circunstâncias. Ideias próprias, zero. Conhecedores que são de que a merenda a pagamos todos nós, só se ocupam de seguir no poder, com base e sobre a sua creditada e reiterada incapacidade. Sabem que a magia de não nomear as coisas pelo seu nome e com conhecimento de causa lhes basta para saltarem da Primavera ao Outono e do Outono à Primavera e assim sucessivamente.
Dizia-me o meu primo Padre Tiago da Benedita, algum tempo antes de falecer, que o Dr. Sapinho poderia ser uma doença crónica para Alcobaça e para todo o concelho. Agora que os problemas começam a surgir verdadeiramente, a crise não é uma crise para ele, e a desertificação do concelho não é desertificação. A desindustrialização e a elevada taxa de desemprego no concelho são invenções dos jornais, como são invenções a perca do poder de compra real dos Alcobacenses, comparado com o dos outros concelhos do distrito, e já ouvi comentar que se passa fome no concelho e é verdade não haver saneamento básico em muitos lugares dele. As estradas são péssimas e o concelho perde população. Os impostos municipais são os mais caros do distrito. Perante isto, o preclaro presidente de Alcobaça e seu elenco presenteou 16 mil espectadores que fizeram deslocar à cidade no dia 6 de Julho para ver a "maior metamorfose" - uma fraude que custou 180 000 mil euros do bolso do contribuinte – tratando-se apenas de um cavalheiro pendurado pelas pernas durante três ou quatro minutos a 45 metros de altura. O espectáculo bem pode ser o retrato fiel da forma como o PSD em Alcobaça governa o concelho [despesista] sem orientação, e sem nenhum respeito pelo bom-nome da terra e muito menos pelos cidadãos que nele vivem. Sou levado a crer que não há mal que dure cem anos, noventa e nove anos já são muitos mas para todos aqueles que os têm de viver nestas circunstâncias doze já são uma eternidade. António Delgado in Jornal de Leiria. 10/7/2008
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O ILUSIONISTA
em exibição no cine- teatro TERRA DE PAIXÃO
O Ilusionista é a história de um personagem que cativa e hipnotisa o público com os seus espectáculos de magia e Ilusionismo: um verdadeiro encantador de serpentes! Os seus poderes , sobrenaturais chegam aos ouvidos de todos: de "GENTE IMPERTANTE" e "protante" " CHIQUE". A história é o retrato actual e real de um Grande Drama vivido no interior de uma Terra e pelas suas Populações . Ao nivel técnico o filme arrasa pelos recursos técnicos e os efeitos visuais . O casting é simplesmente notável... de "ALTO GABARITO"!
16 comentários:
Realmente, é preciso assear a democracia. Trabalhemos para isso.
É sem dúvida bastante interessante tambem algo que pensei ca para mim um destes dias... Faz uns anos que foi proibida a organização de uma prova de karting em frente ao mosteiro de Sta Maria de Alcobaça, a razão achada para a proibiçao da execussao deste evento seria o suposto ruído que os pequenos carros de pista fazem, sendo que seria projudicial à construçao centenaria do edificio... Agora tomemos atençao no grande ruido produzido pelo aparato sonoro que a grande ilusao trouxe da noite de domingo... Este é apenas um pequeno exemplo a reflectir...
"Vivemos" os Comentários, como uma forma da Liberdade de Expressão constitucional.
Um abraço amigo
olá António
As terras só têm os politicos desta espécie por uma razão muito simples: nunca conheceram outros.
Em Alcobaça levaram estes anos todos a perceber que o fulano que lhes apertava a mão sempre que se cruzava com o povo, não era, exactamente, a mesma pessoa que deixou cair a máscara no dia 6.
finalmente ele mostrou em público que era incompetente e desleixado, que não se interessava com mais nada que não fosse as luzes da ribalta.
eu tenho esperança que apareça uma nova geração que venha inverter esta forma de estar na politica.
e ainda quero ver Alcobaça a progredir e a desenvolver de verdade mas, da forma que estão a deixar a terra hipotecada por tantos anos, a tarefa, para quem e seguir, não vai ser nada fácil
Caro António,
À falta de uma ETA ou de uma Al-Qaeda local, Alcobaça precisa de um bom antibiótico que cure o concelho da doença Sapinho. Um bom insecticida, ou pesticida resolveria o problema, mas seria necessário que a escolha seguinte fosse mais criteriosa.
O povo está de olhos fechados e não se apercebe que, com o seu voto, tem muita força, e é necessário que aprenda a usá-la.
Um abraço
A. João Soares
Não há ilusão que sempre dure, mas há algumas que duram tempo de mais.
Cumps
Alcobaça é um exemplo entre muitos que povoam o panoram nacional em termos de política!
Um bom post
bom fim de semana
Alcobaça é um exemplo entre muitos que povoam o panoram nacional em termos de política!
Um bom post
bom fim de semana
Hola António,
Num país normal e democrático, esse Sapinho deveria de se demitir, mas parece que está colado ao cadeirao e que vai ficar aí até os alcobacenses lhe tirarem o poder com o seu voto. Atirar 180.000 euros para o lixo, é muito grave, nomeadamente para um distrito onde nao deve sobrar o dinheiro e necessitado de verbas para outras coisas mais muito mais urgentes do que ver um senhor a cair de um guindaste. Mas que grande palhaçada! É por coisas deste tipo e outras que não se saibam, promovidas por senhores como o Presidente da Camara de Alcobaça que Portugal é o que é.
Beijinhos
Hola Antonio: Siempre se ha afirmado en América que la vieja Europa tiene una cultura política madura en la que los gobernantes tienes que ofrecer algo mas que palabras bonitas vacías de contenido. Al parecer, ustedes no viven una realidad distinta a la nuestra en el sentido de que los gobernantes expertos en el ilusionismo político creen que hacer gobierno es hacer imagén como si de una pasarela se tratara. Cierto es que no hay mal que dure 100 años pero amigo nosotros llevamos 18 años de este tipo de democracia neoliberal y ya no la aguantamos. Un abrazo. H.
Estou a ver que aí pela terra tem havido muito ilusionismo de baixa qualidade.
:)
Um abraço
Ser� que Alcoba�a tem assim tanto dinheiro para gastar numa palha�ada de metamorfose, numa fraude, num conto do vig�rio? Mesmo que o espect�culo tivesse tido �xito, uma creche,um lar de idosos ou outra estrutura de primeira necessidade numa freguesia n�o seria muito mais �til? Essa gente que assina cheques de 180.ooo euros para uma palermice que nem sequer tinham visionado antes, como algu�m compra uma camisa, � para deitat fora quanto antes.
Que grande barrete, e quem ganhou não foi o povo
Saudações amigas
Que dizer...?
Não gosto do filme... apesar de uma certa ternura pelos actores (quais bichos como o bambi) como não gosto muito de ilusionistas.
Mas gosto muito do teu cartaz!
Chamo-me Alfacinha
... quicá incompleto no produror também do mosquito e quicá do trecolareco, típico durante a crise petrolífera de 72.
Bom Fim-de-Semana... barboletas para todos!
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