domingo, dezembro 17, 2006

CORRUPÇÃO
















Considero o autor deste desenho é de um dos mais geniais que conheço. Em Portugal seria impossível ver todos os seus trabalhos publicados nos nossos jornais por ser tão Caustico e corrosivo. Em Espanha, el ROTO, recupera um certo “costumbrismo” da pintura negra de Goya. Esse génio, ibérico, que foi o primeiro artista plástico a denunciar, as atrocidades humanas feitas, por humanos a outros humanos. Mas a publicação deste desenho, no El Pais de 1/12/2006, prende-se com a corrupção em Espanha associada ao urbanismo; obras publicas e privadas, licenciamentos de campos de golf, avaliação de terrenos a familiares de cargos publicos; empregos a familiares e benfeitores do partido que governa; Empresas que fornecem serviços a ayuntamentos (Câmaras) que são de familiares de políticos; portos maritimos e marinas construidos com branqueamentos de capitais; políticos que recebem luvas de licenciamento de obras, financiação de partidos.... as vertentes são infindáveis! Felizmente o governo do País vizinho tem estado à altura, deste tipo de crimes,e, elencos camarários inteiros já foram para a prisão sem fiança e estão na calha futuras detenções. Isto a propósito de em tempos de crise, como os que estamos a viver, anunciarem-se obras, mastodônticas, em todos os lugares sem entender-mos que dinheiro as suportam, donde vem e o que está por detrás de semelhantes negocios. Será unicamente a ingénua atracção ao investimento? Ou será que o desenho do ROTO acaba por dar razão à ideia que é a CORRUPÇÃO QUE MOVIMENTA A ECONOMIA ... e dá muitos empregos aos coniventes com ela ?
Atendendo às notícias e à opinião pública que circula em Alcobaça, será que as obras de "cosmética" realizadas e anunciadas têm também por detrás de si algum interesse económico escondido???
Ps.todo o comentário culturalmente elevado é bem vindo

9 comentários:

Anónimo disse...

Há lamas de ETER em Pataias, na área de explorão de calcário da CIBRA. Quem estará a ganhar com isto?

Anónimo disse...

Caro António
A obra chamada de requalificação da envolvente do mosteiro de Alcobaça NÃO foi de "cosmética". Foi SIM uma grande e profunda "cirurgia estética".
As obras do PROCOM essas sim foram de cosmética, no sentido em que tudo o que foi feito será facilmente alterado.
A obra da envolvente do mosteiro, devido a todas as estruturas de ferro e betão construídas no sub-solo, a enorme quantidade de terras mexidas, retiradas e acescentadas não foi, de todo, uma intervenção de "cosmética". Foi, de facto, uma brutal e profunda intervenção de "cirurgia estética". Muito mal conseguida, irreversível e ILEGAL.
Sendo a 1ª zona de protecção do mosteiro, defenida por decreto-lei, como área de NÃO CONSTRUÇÃO,
é "estranhíssimo" que o IPPAR e a CMA tenham APROVADO o projecto de CONSTRUÇÃO de uma fortíssima malha de betão armado, com centenas de metros de extenção, c. de 2 mts de altura e 20 de largura, em zona onde tal está interdito por lei, há cinquenta anos.
Não imagino outra classificação para o que vi crescer em torno do mosteiro, a não ser: Obra de Construção Civil.
Isto passou-se, nas ruas e Praças Públicas de Alcobaça... No comment!!!

ANTONIO DELGADO disse...

Estimado Alcobacense Genético,
Verifico que domina o jargão da Arquitectura. Se utilizei aquela expressão deve-se ao cliché que circula mas compreendo a sua observação. Independente das classificações literárias, para mim nem é cirurgia nem é cosmética. São OBRAS no sentido mais depreciativo do termo. Apesar de não as ter acompanhado, debati-me, noutros foros que não os de Alcobaça, com o erro que seria a construção do estacionamento subterrâneo em frente ao mosteiro.

Os aspectos da lei que o Alcobacense refere, e que o IPPAR CONHECE muito bem, e o DEARTAMENTO TÉCNICO DA CÂMARA igualmente , são sintoma de que há muitas coisas com o “rabo de fora”, ou então a lei em Portugal existe apenas no papel. No entanto, PARECE-ME QUE AS VIAS JUDICIAIS AINDA NÃO ESTÃO ESGOTADAS, inclusive AS EUROPEIAS. Mas um dos aspectos que mais me chama a atenção, e em que ninguém toca e nunca foi esclarecida, consiste em saber qual a relação do arquitecto Birne com o IPPAR.Que bula deverá ter para que o seu projecto fosse aprovado, sem pestanejar, com atropelos à lei com diz… E, já agora, porque é que outros arquitectos sem relação com o IPPAR, viram os seus projectos chumbados como se pode ver nos cartazes ao longo do rio no arranjo feito?
Devemos pedir esclarecimento ao S. Bernardo?
Concordo consigo na designação de construção civil . É verdade que muita da arquitectura portuguesa não passa de pobre e remediada construção civil. Ao que foi feito em volta do MOSTEIRO VAMOS CHAMAR OBRAS, porque até tem aspecto de provisório e de estaleiro.
Cordialmente
António Delgado.

Anónimo disse...

Substantivamente o termo corrupção, do latim "corruptione", significa podridão, putrefação, decomposição. Assim, ao ler os vossos comentários, nos quais se pode, eventualmente, associar a ideia de eventual existência de corrupção às obras efectuadas na zona envolvente do mosteiro, seria normal pensar que os seus autores, em particular os políticos, estão corruptos, em putrefação ou decomposição. Que bom que seria para Alcobaça se esse poder político, verdadeiramente corrupto, batesse asas e voasse para paragens longínquas, deixando os homens que o encarnam (Sapinho e seus servis e fiéis vereadores) a exercer as suas profissões de origem, sejam elas lavadores de carros, atendedores de balcão de cafés, tratadores de porcos ou professores. Assim eles saberiam como se faz para ganhar a vida... Continuando na significação da mesma palavra, ela pode significar também modificação, mudança, alteração. Aqui, um sinal de esperança se avizinha. Mais uma vez o pronúncio do bater de asas forçado dos ditos senhores.
Já juridicamente o mesmo termo assume uma importância pública que todos deviam conhecer. Assim, sobre corrupção passiva, estabelece o código penal: " O funcionário que por si, ou por interposta pessoa com o seu consentimento ou ratificação, solicitar ou aceitar, para si ou para terceiro, sem que lhe seja devida, vantagem patrimonial ou não patrimonial, ou a sua promessa, como contrapartida de acto ou de omissão contrários aos deveres do cargo, é punido com pena de prisão..."
Neste terreno legal a corrupção assume contornos diferenciados dos anteriores porquanto se trata de punir quem, no exercício de funções públicas ou privadas, angariar para si ou para terceiro vantagens que lhe não são legalmente devidas. Ora, ao presidente da câmara incumbe o dever de bem servir as populações, promovendo o desenvolvimento do concelho aos mais diversos níveis (urbanístico, cultural, social, econónimo...)bem gerir, nos termos legalmente determinados, os recursos públicos postos à sua disposição, apresentando contas detalhadas e fundamentadas.
Eu gostaria de perguntar se as obras a que neste espaço nos referimos servem o supremo interesse social, económico e ou cultural da população do município de Alcobaça, quais os custos das mesmas (custos projectados e efectivamente gastos) e qual a avaliação desses custos.
Será que alguém sabe?
Provavelmente nem os eleitos para a Assembleia Municipal, orgão fiscalizador da actuação do executivo camarário, sabem responder...
É como se tudo se passasse no limbo dos deuses, enquanto o povo vive no inferno alimentado pelos mesmos deuses.

ANTONIO DELGADO disse...

Estimado Ortogal,

Sinceramente que não sei nada do que conta. Sei que há qualquer coisa relacionada com residuos na Secil...será o mesmo!?
Penso que no caso do tema que fala, talvez bastasse a população de Pataias ter a curiosidade que o Ortogal demonstra
e tudo poderia ser diferente.

Um abraço

Antonio

Anónimo disse...

olá estrela
eu sinceramente, não acredito que a assembleia não tenha conhecimento dos numeros. o que eu acho é que a maioria tem interesses instalados e que não devem mexer muito no assunto para não se lhes acabar a mama.
acho que vou acabar o ano com a sensação de que pouco se fez de bom, neste concelho e, o que se fez, pouco teve a ver com o poder camarário - foi mais por iniciativa de privados.
deixo, apenas uma ressalva para os doces conventuais e a exposição de presepios com o sarau, mas, ai, teve a mão certeira do rasquilho.
mas nao é de admirar, esse tem um curriculum e uma vivencia que lhe permitiram absorver muitos conhecimentos e culturas diversas, ao passo que, o sapinho....
o que não consigo entender é a quantidade de votos que lhe foram dados.
de facto, as pessoas tinham pouco por onde escolher. nuns não votaram por ter uma bandeira (não grata, dirão alguns)agarrada, noutros, não se via capacidade para gerir os destinos de alcobaça (até porque estava mais interessado em voos mais altos, onde ganhasse muito e tivesse de trabalhar pouco).
o que eu gostava mesmo (é quase um desejo de prenda de natal)é que aparecessem pessoas crediveis para enfrentar o nosso taliban-mor (desculpem os talibans que parece que, pelo menos admitem que são facciosos)e que se fizessem rodear de pessoas que os ajudassem com os seus conhecimentos.
epa! não deveria ser tão espectante em relação aos meus pedidos ao pai natal, ele não pode arranjar um presente tão dificil....

Anónimo disse...

Realmente desde que o Rasquilho comanda a Nau Mosteiro, Alcobaça começou a aparecer nas televisões pela vertente cultural e pela positiva.
Lembram-se como se falava de Alcobaça antes?
Não era pelo Carnaval? E mais? ( excepção feita aos doces conventuais )....
Bem tivemos há dias por cá o nosso Presidente...
Vá lá, vá lá.....

Anónimo disse...

Helena Roseta, bastonária da ordem dos Arquitectos, a propósito da corrupçäo urbanística:

http://www.tsf.pt/online/common/include/streaming_audio_radio.asp?audio=/2006/12/noticias/19/ordem19.asx

ANTONIO DELGADO disse...

Estimado Paiva,

Obrigado pela sua informação. Dou-lhe as boas vindas a este blog, e, espero mais visitas ao blog e poder contar com postagens tão pertinentes quantos esta.

Cordialmente

Antonio Delgado