segunda-feira, outubro 08, 2007

OS MONGES E AS MONJAS REGRESSAM A ALCOBAÇA


S. Bernardo e a Virgem. Pintura de autoria de Josefa de Ayala (Óbidos), aproximadamente 1660 -1670
pintura a Óleo sobre tela

"Esta boa pintura da maturidade Joséfiana, procedente acaso do Mosteiro de Alcobaça, para onde se sabe que a artista trabalhou, representa a nossa senhora, coroada, com o menino no regaço, ampla capa azul celeste segura nas abas dois anjinhos alados, espremendo o seio direito e aleitando S. Bernardo, que em actitude de veneração ocupa a metade inferior esquerda da composição. " in Josefa de Óbidos e o Tempo Barroco. Catálogo de Exposição. Ministério da Cultura



Foi você que pediu o regresso dos Monges de Císter a Alcobaça?


Juro que alguém se lembrou de pedir encarecida e humildemente ao Senhor Presidente da Câmara que intercedesse, possivelmente, junto do papa e da ordem de Cister para que os monges regressem a Alcobaça (noticia do jornal Alcoa e com eco no Blog Do Portugal Profundo) . Dito e feito. Já chegaram. Aqui estão os novos monges a beber da tradição medieval...




Rico filão. Farta mama, a tradição. A satisfação dos novos monges é a prova de que os alcobacenses, com o Dr. Sapinho, podem viver de arcaísmos parolos e de mitologias labregas.

40 comentários:

Ema Pires disse...

Olá António,
Nao posso acreditar que no ano 2007 ainda haja gente que pede a volta dos monjes. É surrealista. Imagino que depois será "obrigatório" assistir à missa e talvés também comecem a queimar bruxas no meio do deserto. Ou fazem-se as coisas bem ou nao se fazem!
Alcobaça quer voltar à Idade Média.
Esse quadro da Virgem Maria fala por si próprio. Que incultura e que ignorância.
Beijinhos

ANTONIO DELGADO disse...

Ola Ema,

o mal não está em pedir o mal esta naquilo que existe por detrás do pedido, até porque . as pessoas tem toda a legitimidade para o fazer, devemos é ter em atenção aquilo que as move. Por exemplo dando conta de noticias antigas , um senhor compatriota teu de nome Gerad Leroux com o prior local, ao que parece por impostura fizeram passar junto das pessoas locais que tinham achado ossos dos primeiros monges de Alcobaça. Tendo para o efeito realizado uma missa com honras e até acho que mandaram fizer um sarcófago para isso e a missa também me parece que foi de pompa. Esta noticia , foi divulgada numa postagem em Junho deste ano, MITOS VELHOS PARA MENTIRAS NOVAS ( http://ecosecomentarios.blogspot.com/2007/06/mitos-modernos-mentiras-antigas.html#links).

Além do mau serviço que fizeram à igreja católica, POR METIR EM NOME DEUS . Além de perversa a atitude é ainda isenta de ética e dignidade religiosos. Fazer uma missa de evocação aos monges é muito digno mas dizer que é motivada pelas ossadas dos primeiros monges É PURO EMBUSTE. Mas Alcobaça gosta de embustes, vive neles e gosta de ser fiel a este tipo de mentalidade. Infelizmente só poderá progredir quando ela for realmente irradiada da terra. São também embustes: promover para que Alcobaça seja designada cidade por decreto quando não passa de uma pacata povoação. É embuste dizer que Alcobaça será capital do comércio. É embuste dizer que o ensino suppeiror regrassará, quando nuca o houve... e mais não sei quantas coisas . É embuste dizer que se vai criar uma NOVA ALCOBAÇA. Ou deixar chegar onde chegou a questão do TGV. Um rol de realidades só dignas de uma antologia de palermices...muito à medida dos desejos das pessoas locais (algumas).

Mas voltando ao tal teu compatriota o sr. Gerard Leroux , o que faz uma carta aberta sr. presidente da câmara, no jornal católico, para pedir que os monges voltem é o mesmo que está associado ao embuste das ossadas dos primeiros monges. Como podem facilmente ver um bom rapaz. O retrato está feito não há nada a comentar! católicos destes conhecem-se a milhas e de ginjeira.

Gostei da tua ideia da fogueira no terreiro...quem sabe se não será lá que é queimado e reduzido a cinzas quem autorizou semelhante concepção bem como a equipe que lidera?
Beijo para ti.

Jorge Casal disse...

Quanto aos monges, a tua postagem é uma obra prima. Só tu sabes fazer coisas dessas. De facto, a mama dos monges foi muito farta. Mas já deu o que tinha a dar. O úbere secou. De hoje em dia o que os alcobacenses exigem é mais emprego, mais saúde, melhor habitação, melhor cidade e melhor administração municipal. ..É sem dúvida para esquecer isso que alguém se lembrou de pedir que venham de novo os monges para Alcobaça. Ha pessoas que parece andarem nas núvens, tão grande é a sua alienação.

ANTONIO DELGADO disse...

Caro Jorge,
sabes que gosto muito de fazer as minhas manipulações com imagens para dar um pouco de alegria às pessoas. Mas gostaria de faze-lo, não com o computador, mas à mão só que o tempo não permite . No essencial concordo com aquilo que afirmas. Pedir para que os monges regressem a Alcobaça é de quem não quer que a terra se modernize e prefer o vento e maçã do chão e desviar a atenção dos Alcobacenses para os seus verdadeiros problemas. Alias este senhor Gerad Leroux, parece que é perito nisso. Já o fez com o embuste das ossadas dos monges.
Um abraço fraterno
António

Anónimo disse...

Hoje, Viva EL CHE!
«Esa ola irá creciendo, cada día que pase.[...]esa ola ya no parará más.»

Um Abraço Fraterno.

PS: Depois comento com calma o teu artigo.

Ema Pires disse...

Mas quem é esse "Senhor" Gérard Leroux? De que história da Carochina saiu? Será um desses católicos radicais que ninguém quer ouvir em França e vai para Alcobaça onde tem "clientes" mais dóceis e faceis de manipular? Será?
Beijinhos

ANTONIO DELGADO disse...

CAro Comandante não te preocupes, porque não es obrigado a comentar mas ostaria de ver um teu comentario nesta casa que também é tua. deixei no teu blog uma direção para um texto sobre o Che.

Um abraço.

ANTONIO DELGADO disse...

Ema efectivamente não sei se o tal senhor é católico radical, mas pela prosa dele e não falo do que solicita " o regresso dos monges". Falo nas figuras de estilo e de retórica com que adorna o texto. depois o embuste da historia sobre os ossos dos primeiros monges, não lhe dá credenciais recomendáveis. Parece-me que não é pessoas de fiar. Mas como digo é uma impressão. Segundo ouvi, parece-me que está como encarregue dos documentos da Misericordia. Lembro-me quando estava a fazer a minha tese de doutoramento, nos anos 90, pedi ao provedor da Santa Casa da Misericordia de Alcobaça para consultár o arquivo e foi-me negada a consulta porque parece qe os documentos estavam em microfilmagem pelo instituto R. Santa Isabel. Um ano e meio mais tarde voltei a pedir, e de novo foi negada a consulta mas agora a documentação estava microfilmada, só que não tinham pessoal. Em toda esta história, parece que há aqui, rabos de palha...

No ultimo paragrafo ao teu primeiro comentário era este o sentido que queria expresaar e não a que ficou.
"Gostei da tua ideia da fogueira no terreiro...quem sabe se não será lá que é queimado politicamente e reduzido a cinzas quem autorizou semelhante concepção bem como a equipe que lidera?

Um bjs.
António

Arte e Liberdade disse...

... não resisti e recortei um detalhe da cor de cenoura.
Onde pára o magnífico quadro e premonição da Josefa D'Óbidos?

ANTONIO DELGADO disse...

Bem o quadro por agora está na internet por ser a melhor caixa forte. Mas se ouver medidas de segurança, prometidas pelo sr dr. Sapinho e eu so me fio nele. E homem de palavra e pessoa muito seria (distraiu-se foi durante sete anos e não declarou os impostos). Se ele arranjar uma sala em Alcobaça com vidros à prova de bala,para proteger tão preciosa reliquia ela virá de certeza para um dos muitos museus de Alcobaça. A começar pelo do vinho. Ai penso que até novo jesus estaria feliz mas feliz de verdade...entre garrafas.
Um abraço Zé

Verena Sánchez Doering disse...

querido amigo
como no te voy a felicitar, esta muy bien hecho el trabajo de los nuevos monjes
gracias por visitarme en ese nuevo blog que me invitaron a participar
la historia del sol y la luna, solo es una historia de amor, que muestra que el amor puede ser eterno a traves del tiempo a pesar de estar lejos
sabemos que el sol ilumina siempre y la luna solo espera brillar
mil gracias por tus lindos saludos
mil besitos y que estes muy bien
muchos cariños


besos y sueños

Jorge P. Guedes disse...

Belíssimo este óleo de Josefa d'Óbidos!

Quanto aos outros, bom, há quem não goste que se brinque com a arte, o que não é o meu caso!
Estão muito engraçados.

Um abraço

ANTONIO DELGADO disse...

HOla Freyja,

Pues me gusto mucho ese nuevo blog que por lo visto tiene muchos colaboradores y lo encontré por acaso por otro blog amigo.
Que tiengas un buen dia e una semana muy buen.

besos azules.

ANTONIO DELGADO disse...

Amigo J.G.

As imagens tentam criticar uma realidade em Alcobaça e é bem possível que haja "quem não goste que se brinque com a arte, o que não é o meu caso", como afirma e muito bem. Em Alcobaça imagino que serão os próprios representados e os promotores da ideia da vinda dos monges que não vão gostar, mas ainda bem! Por vezes, os que não gostam acabam, involuntariamente por valorizar e dar mais publicidade aquilo que não gosta ou criticam. A Gioconda do Marcel Duchamp com os bigodes, concebida no princípio do século XX, pretendeu combater um pouco o espírito que relata. E o êxito da obra só foi possível, graças ao tipo da mentalidade de então que era pouco adverso à irreverência. As minhas imagens pretendem criar humor e criticar ao mesmo tempo uma certa mentalidade local, acerca de um facto preciso. E pretende-o fazer em três s âmbitos primeiro fazer humor sobre a petição do regresso de monges e monjas a Alcobaça. A segunda fazer humor baseado nas próprias mitologias locais e no caso concreto a aleitação de S. Bernardo. E terceiro animar esse mito com máximos representantes da política local. Mas a intenção é apenas a diversão e o humor, dado que em Alcobaça só com humor e o ridículo é que se consegue dizer coisas e ser ouvido.
Um abraço Fraterno
António

zé lérias (?) disse...

Estou de acordo consigo.
As pessoas andam arredias das coisas sérias e então há que recorrer ao humor e irreverância para que, se possível, essas mesmas pessoas despertem.
Muito bem tratado mais este último poste.
Um abraço, meu amigo.

Zé Povinho disse...

Bem me parecia que havia qualquer coisa dissonante nas duas útimas imagens. Ía até cuspir cobras e lagartos, mas só depois é que reparei nos dois lídimos representantes duma classe eu ascensão, para mal dos nossos pecados. Nem com duches de água benta se lavam de modo a passarem despercebidos...
Abraço do Zé

Nilson Barcelli disse...

Não estou dentro dos pormenores.
Mas... para que servem os monges?
Excelente post, abraço.

PS: obrigado pela tua visita, volta sempre.

ANTONIO DELGADO disse...

Amigo Zé Povinho,

com banhos simples despercebidos não passam mas se tomassem um de Agua Benta, mas a jacto, talvez fosse possivel dissimularem e ficariam mais santificados para exercerem os respectivos misteres.

Um abraço fraterno
António Delgado

ANTONIO DELGADO disse...

Ola Nilson,

Boa pergunta essa!

Suponho e isto é apenas um supor, como Alcobaça é supostamente uma terra de turismo,estruturado apenas numa publicidade sobre a ordem de Cister e seus monges, possivelmente eles seriam uteis para fazerem fotografias para turistas. Os turistas iriam gostar de levar de Alcobaça como "recuerdo", uma foto junto a um monge. É que o exotismo fascina muito as pessoas. Como do mesmo modo fascina fazerem-se fotos junto de Indios quando se visita uma reserva no estado de Dakota nos EUA, ou junto a Masais quando se visita o Quénia, ou junto a aborigenes quando se visita a Austrália, etc etc,.... mas isto é apenas uma suposição!

um abraço Fraterno
antónio Delgado

Jobove - Reus disse...

una imagen molt pornografica, me gusta

saludos y obrigados !!

ANTONIO DELGADO disse...

Hola amic Té la ma maria (Reus)

hay en algunas imagenes religiosas ese sentido de Pornografia. Algunas son de verdad muy divertidas pero estan muy poco investigadas y devrian serlo.

Un abrazo fraterno
Desde Portugal

José Lopes disse...

Já estou a imaginar de seguida o D. Duarte Pio tecer uns elogios à peregrina ideia, porque, quem sabe ela vinga, e ele fica de novo proprietário de todos os palácios que foram reais.
As notícias do sapal (perdoem-me o termo jocoso os habitantes de Alcobaça) são puro humor de antologia, se não tomadas a sério.
Cumps

ANTONIO DELGADO disse...

Amigo Guardião, faço minhas as suas palavras no "humor de antologia". Possivelmente não ouve as noticias da radio local nem lê os jornais ,porque há semanas em que o humor é tanto que é de rir à redea solta: é ouvir e ler para crer. Sobre o Sr. Duarte Pio veio outro dia a Alcobaça distribuir mais uns titulos honorificos, sob os auspicios de uma ordem designada " São Miguel de Alá" que me parece que é de caracter católico/nacionalista/saudosista. Aconselho-o vivamente a ler o jornal Região de Cister de 4 de Outubro de 2007, porque a noticia é uma verdadeira antologia de humor numa terra de espirito sorumbático. Qualquer dia ele instituirá de novo, o imposto das botas e volta a dar as regalias do mosteiro, como aquelas que tinha no inicio da nacionalidade e em certa medida restauradas, por D. joão IV, em 1640 com a independência de Portugal.

um abraço fraterno
António Delgado

Ema Pires disse...

Podem-me explicar o que é essa ordem do "S. Migel de Alá". O nome é mesmo giro. De que Alá se trata? Esta postagem, satírica, trouxe comentários nao menos humorísticos. Farto-me de rir cada vez que venho por aqui.
Beijihnos.

A. João Soares disse...

Um post muito conseguido e uma série valiosa de comentários. Vir ao ECOS é um banho de cultura.
Fiquei parado na frase de Jorge Casal «o que os alcobacenses exigem é mais emprego, mais saúde, melhor habitação, melhor cidade e melhor administração municipal». Exigem a quem ? Com que esperança? E afinal, certamente, nada fazem para conseguir esses objectivos e até votam em quem não dá garantias de lá chegar. Não é só em Alcobaça. Por todo o país, há muita gente que espera que o jackpot do euromilhões os contemple mas não jogam!
Se cada um não fizer um grande esforço Portugal não ressurgirá da crise crónica... e os «monges» não regressarão.
Abraço

ANTONIO DELGADO disse...

Olá Ema,

Não te vou responder à tua curiosidade, no blog, porque seria muito largo o escrito. Deixo-te no entanto com dois links onde podes ver os bons principios que orientaram esta ordem. Um é este : http://www.arqnet.pt/portal/portugal/liberalismo/lib1846.html

Outro O outro é este:
http://politica-monarquica.naturalforum.net/Porque-a-Monarquia-tambem-e-Politica-f1/Processo-contra-o-Rei-t77.htm

Só boa rapaziada.
Depois se necessário envio-te bibliografia.

Bjs.
António

Al Cardoso disse...

Voce e mauzinho!
A Virgem ate parece que quer dar uma "nalgada" ao menino Jesus!

Um abraco d'Algodres e bom fim de semana.

Jorge Casal disse...

João Soares tem razão. Eu quiz diser isso mesmo: «Do que os alcobacenses precisam é de...» e não o que eles exigem. Deviam exigir, se não fosse a inacreditável alienação em que vivem os habitantes das terriolas de província como Alcobaça, Nazaré, Batalha ... os quais falam das suas terriolas como se o passado, a história local e os mitos labregos lhes trouxessem de comer. Não é só por aqui que essa alienação existe. As Provincias de Portugal são uma imensa «Alcobaça». Só mitologia labrega e alienação estúpida, estupidificação, mitos estupidifcadores. Como é que no nosso tempo uma povoação se agarra com tanto afinco ao passado? Só porque não pode imaginar nenhum futuro ou porque não sabe viver o presente. Pobre povo que só sabe viver dos mitos do passado... Um abraço e tentemos mexer com esta pasmaceira de labregos...

Jorge Casal disse...

Sobre a Ordem de São Miguel da Ala podem consultar Internet, Wikipédia. ´Foi uma invenção de D.Duarte Nuno. Ordem secreta. Não sabe nada dela. Pura fantasia. Coisa inexistente. Uma quimera. Alguns lêm Alá mas é Ala. Tão desconhecida é esta ordem que nem se sabe como se lê o seu nome. Aldrabice obscurantista. Uma ala ou fileira de pantomineiros

ANTONIO DELGADO disse...

Amigo Al Cardoso,

Acha que sou mauzinho?

Apenas pretendo imortalizar um estado de coisas e a mentalidade de certo tipo de pessoas bem como o modo de como Alcobaça é governada. Inspirando-me , nalguns casos,como nesta postagem, nos mitos da sua cultura, assim suponho que aquilo que digo é mais sustentado.

Um abraço fraterno
António Delgado

ANTONIO DELGADO disse...

Amigo A. João Soares.
Antes de mais agradeço as amáveis palavras dirigidas a estes blog. A intenção deste espaço surgiu pela ideia de divulgar aspectos e factos menos conhecidos ou totalmente desconhecidos sobre a vida desta terra, tanto no passado como no presente, em toda a dimensão cultural que a sustenta. O título vem de uma coluna, de minha autoria, escrita num jornal local que fechou e iniciada em 1999. A intenção seria, como disse, revelar coisas nada conhecidas, apartando os aspectos mitológicos sobre os frades e mosteiro, inspirados num cronista nada sério como foi Bernardo Brito e que se tem perpetuado numa historiografia local de forma folclórica e obscurantista sobre frades e vida monástica. Desta terra NADA SE SABE além deste dois pontos, devido aos imensos Bernardinhos e Bernardinhas de Brito que vieram depois e pontificam, nos jornais, no mosteiro, na câmara, nos partidos políticos locais e nalgumas associações de património. No entanto a região foi habitada pela espécie humana desde períodos muito arcaicos como a arqueologia prova, e também dos períodos subsequentes: neolítico, período dos metais, da romanização, período visigótico, ocupação árabe, conquista do território aos mouros e respectiva doação territorial aos monges de Cister e por ultimo devolução do mosteiro à sociedade, com desamortização dos bens religiosos no período liberal. Deste enorme leque de realidades histórico-cultural, rico e diversificado em experiências humanas, foi só no período dos frades que a historiografia se fixou. O caso seria insignificante se não tivesse consequências nefastas na vida e no futuro social, cultural e económico desta terra. Esta atrofia intelectual é do foro da psiquiatria cultural ou social, mas também parecer ser comandada por poderes fácticos que querem que se veja Alcobaça apenas como terra exclusiva de monges. Ver o passado dela apenas numa óptica seráfica é de quem não consegue viver no presente e tem sérios problemas de se projectar no futuro e por conseguinte, de desenvolvimento intelectual. Estudos recentes indicam que a população de Alcobaça tem uns índices académicos muito baixos, derivando o facto numa falta de critica qualificada. No caso dos frades e do mosteiro, OLHAR PARA TRÁS é viver no que não existe e isso PETRIFICA como nos mostra, e muito bem, o mito bíblico da Mulher de Lot.
Alguém que foi um dos melhores presidentes que esta terra alguma vez teve de câmara, retratou no sec. XIX os alcobacenses deste modo "O estado intelectual e moral dos moradores (...) em geral eram ignorantes, de trato grosseiro, e muitos suspiravam ainda com finda saudade pela época dos frades, em que por um módico preço obtinham a farta pitança das rações”. Esta análise ainda é válida na actualidade. Curiosamente este preclaro presidente dotou Alcobaça com infra-estruturas que ainda hoje são referência. Só teve um mandato e não foi amado pela população porque era pragmático e tinha um projecto para a terra derivado de um diagnóstico, bem feito para a altura da realidade sociocultural desta terra. Mas Alcobaça parece que é adversa aos diagnósticos e a pessoas preparadas. Adora encantadores de serpentes tem especial apetência por adoradores de bezerros, maravilha-se com o lambe botismo dos que formados nos partidos esperam apoiar o candidato mais torpe e que se ajuste e proteja a sua boçalidade e ignorância, para medrar de forma triunfal. É “meritocracia” personificada em todos os seus sentidos. E que dizer daqueles ou aquelas que de terço na mão o agnus dei ao pescoço se oferecem por internet, nos blogs ou em entrevistas nos jornais locais à Câmara, como supostamente entendidos nisto ou naquilo... a vantagem de ver Alcobaça à distância é estar diante de uma das melhores obras de surrealismo paranóico.
No meu ponto de vista são certas observações do Jorge Casal em relação àquilo que Alcobaça precisa, até porque ele também conhece o concelho e a região de Leira, o problema é como se concebe com o tipo de mentalidade descrita.
Este meu espaço “Ecos e Comentários” manterá a ideia de associar o passado com o presente e criticar ou mesmo denunciar se for caso disso, o tipo de mentalidade que permite as irracionalidades que se vão perpetuando nela sem antídoto. Para concluir devo de dizer que tenho plena consciência que o nosso país é uma enorme Alcobaça... um espaço à deriva! Mas creio que é denunciando, por escrito ou por imagens, certo tipo de mentalidade que anima as Alcobaças do nosso país e por ventura doutros países que se poderá elevar a vida de todos nós e o nosso sentido comum. Para poderemos conceber uma sociedade mais justa e perfeita onde possamos vislumbrar alguma felicidade e esperança. Realidades que andam tão afastadas dos nossos modos de vida por tão ALCOBACIZADA QUE ESTÁ toda a sociedade portuguesa.
Um abraço Fraterno
António Delgado

A. João Soares disse...

Caro António Delgado,
Apesar da minha humildade, muito sustentada ao longo de décadas, sinto-me vaidoso por ter suscitado este seu comentário que é um trecho de tratado sobre Alcobaça e todas as Alcobaças do País e do Mundo. Parabéns por aqui deixar estes dados. Será pena ficarem num espaço de pouca visibilidade como é o dos comentários. Dê-lhes honras de «post» que bem merecem.
Parabéns e obrigado por esta análise.
Abraço

ANTONIO DELGADO disse...

Caro Jorge,

já sei que a ordem deve de ser vista com uma série de interrogações porque parece que as causas que abraço além de suspeitas não são as melhores. Os likes que deixei para trás sobre ela assim o indicam. No entanto, em Alcobaça, parece ter do melhorzinho que a sociedade local produz: um tal Jorge Sampaio e Rui Rasquilho o actual director do Mosteiro, como nos deu conta uma das ultimas ediçoes do Jornal de Císter.

Um abraço.

ANTONIO DELGADO disse...

CARO JORGE,
já sei que a ordem de S. Miguel de Ala deve de ser vista com interrogações porque parece que as causas que abraço além de suspeitas não são as melhores. Os likes que deixei para trás sobre ela assim o indicam. No entanto, em Alcobaça, parece ter ou terá, segundo qualificações locais do melhorzinho que a sociedade Alcobacense produz: um tal Jorge Sampaio e Rui Rasquilho o actual director do Mosteiro, como nos deu conta uma noticia saida numa ultimas ediçoes do Jornal de Císter.
Um abraço
António

Siry Pérez disse...

Amigo Antonio paso a saludar y desear lo mejor para esa hermosa ciudad Alcobaça, no conozco bien el tema por lo cuanto no comento.
Un abrazo

Verena Sánchez Doering disse...

Antonio
Deseo que estes muy bien
te escribo porque quede muy preocupada por lo que esta pasando nuestro amigo Ludovicux
la verdad que estar sin trabajo es muy dificil y son momentos muy complicados, ya que lo he vivo, llevo mas de un año sin encontrar trabajo siendo profesional
lo comento contigo porque tengo mucha confianza en ti
y me produce mucho dolor cuando los amigos estan sufriendo aunque no se conoscan en persona
pero quede muy impresionada al leer su blog
por lo que se ve que no es solo Portugal que esta sufriendo desempleo alto, aca en Chile tambien
te dejo muchos cariños y que estes muy bien, que sea una linda semana
cuidate amigo


besos y sueños

ANTONIO DELGADO disse...

Hola Siry,

El tema del post es sobre folclore local...apenas eso y nada mas.
Un beso
António

ANTONIO DELGADO disse...

Amiga freyja,

A mi tambiem me llamó la atencion pero ya intente´llamarle, por telefono, pero no contesta... seguiré intentando.

Um beso y que tengas uma semana llena de felicidad.

António

Lúcia Duarte disse...

ó amigo, desculpe dizer isto mas... está a perder qualidades! só estes a mamar e a adorar? olhe que esta nova ordem religiosa é bem mais vasta

ANTONIO DELGADO disse...

Já farei a fotografia da familia da teta quando estiver toda reunida.Ela é muito vasta de facto.

Um abraço
António